17 provas de que eu sou uma personagem de Gemma Correll

Quem me segue no Instagram, já me viu postando sobre essa personagem de franja, cabelo amarrado, óculos e roupas listradas… Pra não ficar chata por lá, resolvi fazer um post aqui com todas as vezes que eu me senti perfeitamente ilustrada e interpretada. É impressionante! haha suspeito que essa mocinha não seja uma personagem e sim a própria Gemma Correll, se for isso mesmo, vem Cá Gemma… Vamos ser amigas!

01. Se eu sumir em algum lugar que tenha animais, procure os animais e me encontrará provavelmente trocando várias ideias com o bichinho hahaGM0602. Me peça pra fazer macarrão pra uma pessoa e chame seus amigos, vai ter comida suficiente pra todo mundo!! Tenho sérios problemas em mensurar quantidade de macarrão, arroz, pipoca e outros alimentos que aumentam de tamanho depois de preparados!GM1003. Nunca foi um problema ir para o meu quarto, quando eu era menor e morava na casa dos meus pais, meu quarto sempre foi meu mundo! Castigo era me deixar fora dele.GM0404. Deitar no chão em dias ruins: terapia. O chão pode estar gelado, pode estar sujo… O chão entende, o chão resolve. Uma vez, eu tinha uns 11 anos, estava em algum dia ruim e sozinha em casa, quando minha mãe voltou, me pegou deitada no tapete chorando e ouvindo Oasis hahahahaha nesse dia nasceu uma expressão na nossa família, chamamos músicas de fossa de música para deitar no tapete!GM0805. Quem sente qualquer dorzinha e estranha e corre no Google pra tentar descobrir o que é? \o/ e quem fica desesperada depois do Google porque simplesmente TUDO é sintoma de alguma doença grave? \o/

GM09

06. “As pessoas ficam mais elegantes, mais bonitas e se arrumam mais no inverno”. Aham, minha realidade:GM05

07. Já tentei fazer ioga mais de uma vez, muitas pessoas me recomendam meditação pra atenuar os meus sintomas de ansiedade, inclusive meu pai. Já tentei, mas descubro até a salvação da humanidade de tanto que eu penso enquanto eu tento não pensar. Já tive, inclusive, crise de riso em uma das aulas que tentei fazer e me convenci de que não é pra mim. 
GM0308. Viajar de avião: sempre uma tensão. E quem me segue no Twitter já acompanhou meus raciocínios pré-vôo haha SEMPRE procuro quantas crianças têm no vôo, ainda que isso seja completamente nonsense, quando menos espero já estou buscando bebês e crianças. Que Deus em sã consciência deixaria um avião com tantas vidas jovens dentro, né?

GM01

09. Minha relação com o trabalho sempre foi essa em qualquer emprego! Se estou indo mal por algum motivo, dá vontade de jogar a toalha, penso que estou fazendo a coisa errada, que estou no lugar errado, que preciso ir por outro caminho. Aí nos momentos em que tudo vai bem, parece que tem algo estranho, que meu trabalho é super valorizado, que não vale tanto assim, que eu deveria falar com meu chefe pra me dar mais atribuições. Enfim, completamente louca, mas uma menina disse no meu Instagram que isso tem nome e é “síndrome do impostor”. Depois vou me informar mais à respeito.

GM02

10. Quem nunca se fingiu de morta no quarto e ficou com fome pra não ter que passar pela sala com visita que atire a primeira pedra.GM11

11. Ah, a hora de dormir…

GM07

12. Defina felicidade:

GM15

13. Morri de rir com essa porque não poderia ser melhor! Aqui em casa a coisa é mais ou menos nesse nível, não existe mais a discussão sobre quem vai ligar (obrigada, aplicativos de celular!), só a disputa pra ver quem vai descer pra buscar a comida… Agora espera só o banco ligar pro Guto pra vocês verem haha a gerente da conta dele já tem até meu número de tanto que ele ODEIA falar com ela!!

GM14

14. A mesma novela toda vez que eu tenho uma ideia de post, texto, etc… GM12

15. E o Oscar de maior pensadora de assuntos que não devem ser pensado e de maior preocupada com coisas que não valem a pena se preocupar vai para… HARIANA MEINKE DE ALMEIDA! Clap clap clap clap!

GM13

16. Preciso dizer algo?

GM16

17. SIM, SIM e SIM. Não entendo quem malha e fica linda, maravilhosa e divando, está fora da minha capacidade.

GM17

Segue lá também: Instagram | Facebook | Twitter

Sobrevivendo aos 27 anos.

Jimi Hendrix,  Jim Morrison,  Janis Joplin, Kurt Cobain, Amy Winehouse, isso sem mencionar muitos outros. Todos eles só viveram até os 27 anos.

27 anos, 6 meses e 14 dias é o tempo exato que estou viva… Lendo sobre a teoria dos 27, me parece que a coisa pode ser séria e eu, por experiência própria, não duvido. Eu também morri, eu estou morrendo, uma versão nova de mim está nascendo e talvez eu chegue aos 28 anos completamente diferente do que experimentei ser até aqui. Há uma teoria sobre Saturno e suas voltas,  ele completa seu primeiro ciclo em 29 anos, mas é aos 27 que começamos a já sentir e essa idade é considerada como uma segunda adolescência. Talvez eu esteja experimentando uma rebeldia que nunca tive nem no meu pior dia da escola, uma crise que não aconteceu nem no vestibular, nem no fim dos meus pseudo-amores adolescentes, nem nas minhas tantas mudanças de cidade.

giphy

2015, o ano dos meus 27, está sendo o ano mais louco, mais complicado e talvez, o ano mais transformador da minha vida. Fui pro Google e me senti um pouco normal, não sou a única com quase 30 se comportando como se tivesse 18, muita gente não aguenta, mas eu tô aqui desafiando os próximos 5 meses e 17 dias dessa idade medonha pra esfregar a calmaria dos meus 28 na cara dela porque, mesmo que me transforme drasticamente, a teimosia é forte demais pra me deixar.

A alta incidência de mortes aos 27 anos tem muitas teorias além da de Saturno, pode ser efeito cumulativo das drogas utilizadas desde a adolescência, o que não é meu caso, sou medrosa demais pra isso. Li sobre um possível pacto com o diabo, o que também não é meu caso, já que não acredito em um inferno além daqui, o inferno são os outros, como já dizia Sartre. Tem teoria de psicólogo alemão e até de numerologia. Sei que a maioria dos meus leitores ainda não chegaram a essa idade, então fica o alerta!

giphy (1)

Aqui eu estou tentando prestar atenção nas mudanças que são quase palpáveis, eu quase sinto o vento bater daquela minha versão que sai quase correndo de mim. Eu consigo sentir nas veias a transformação do que eu costumava acreditar. Tudo que acontece nas nossas vidas tem uma consequência, muitas delas são transformações irreversíveis e são elas que vão nos tornando únicos no mundo, ninguém viveu o mesmo que a gente, ninguém entende, ninguém nunca vai saber o que acontece dentro do nosso universo particular.

large

A partir daqui, talvez pela primeira vez, eu entendo que eu não preciso me moldar para ninguém, eu preciso ouvir o que ecoa dentro de mim. Eu preciso priorizar minhas vontades e apenas lamentar se isso não agradar alguém, no final das contas, nós só podemos contar com nós mesmos. A partir daqui, eu valorizo quem está ao meu lado pelo que sou e são só essas pessoas que eu preciso manter no meu caminho pelos próximos anos. Não exija de mim o que eu não posso dar, por muitos anos dei o que não tinha e agora estou tentando fechar os buracos que abri na alma. Não se ofenda se eu não estou presente todos os dias, se eu não ligo, se eu não respondo às suas perguntas com as respostas que esperava, eu sei que o você quer ouvir, mas isso não faz mais diferença pra mim. A partir daqui, eu falo e vivo a minha verdade,  não a dos outros.

18387e301b8fab326dd1d325afb4828a

Dia 17 de janeiro de 2016, vou viver um dia de luto pela pessoa que ali jazerá, dia dia 18 de janeiro de 2016, junto com meus 28 anos, eu vou nascer de novo. Desculpe aos que estão participando de perto e sentindo os estilhaços do destruído pelo furacão bater no rosto,  a revolução há de ser para um bem maior, talvez para silenciar um pouco a minha mente barulhenta. Resiliência passou a ser minha palavra de ordem, estou vivendo o caos, concentrando-me apenas em manter a sanidade e em ser fiel à minha essência. Parei de exigir de mim o melhor, exijo de mim somente ser eu mesma. Vivi até aqui achando que eu precisava agradar os outros mesmo que esses outros adorassem me desagradar, eles estavam certos, não eu.

Desculpem-me pelo transtorno, estou trabalhando para melhor servi-los. Isso também vai passar…

ceaafb861810b42febb0ee473cd7c3ce

Segue lá também: Instagram | Facebook | Twitter

Meu segundo vídeo: não sou a pessoa feliz do Instagram.

Oi, gente! O segundo vídeo saiu, ainda com a cara lavada, ainda com a webcam podre, com o áudio mais ou menos, com a luz cagada e sem edição. Eu estou reformulando minha vida, minha rotina em breve vai mudar e a ideia é ter tempo pra me dedicar mais pra algumas coisas, entre elas: vídeos decentes. Como eu decidi parar de esperar o momento perfeito para fazer as coisas, gravei o segundo vídeo mesmo com recursos limitados porque quem não quer dá desculpa e quem quer dá um jeito, certo?

O texto que cito no fim do vídeo é esse aqui. É isso, se quer ver mais vídeos, se inscreve no canal pra sempre ser avisado quando tiver algo novo por lá 🙂

Beijos!!

Segue lá também: Instagram | Facebook | Twitter

Breve carta de despedida.

zona-de-confortoNossa relação foi boa enquanto durou, eu realmente achei que seria pra sempre. Depois de encontrar você, achei que a busca encerraria e que a vida seria boa pra sempre ao seu lado. Por um tempo foi, a segurança que sempre me deu foi determinante pra que a gente ficasse junto por tanto tempo. Felizmente ou infelizmente todos nós amadurecemos com o passar dos anos e nessa estrada da minha vida, vejo que talvez não tenha mais espaço pra você. É claro que fica a dúvida, nenhuma decisão é fácil, não existe a certeza absoluta e, claro, existe a possibilidade de eu sentir sua falta, de querer te fazer voltar. Desculpe, não me leve a mal, eu te valorizei muito ao longo desses anos e me esforcei pra continuar ao seu lado. Para minha família era uma tranquilidade saber que eu te tinha comigo, mas chegou a hora de eu te dizer tchau. Sou grata por tudo, mas minha vida só vai sofrer a mudança que eu preciso que ela sofra, se eu me despedir de você. Adeus, zona de conforto, foi bom saber a sensação de te ter, agora eu vou ali no desconforto ver o que ele reserva pra mim.

Alice Cooper, hoje te entendo:

b8491ced205eb91d37274b557ad84d26

As fotos para #NikeGirlsBR

No começo do ano eu fui convidada pela Kultur Studio em nome da Nike pra me juntar a um time de 13 mulheres entre Rio e São Paulo pra um projeto muito legal! Todas as 13 eram bem diferentes umas das outras, mas com um ponto em comum: o tênis! Sem forçar a barra, sem pedir da gente o que a gente não podia dar, a gente vestiu nossos tênis Nike e mostrou que esse é o item mais democrático da moda. A equipe toda foi um amor desde o início e eu fiquei muito feliz em conhecer as outras integrantes do time, algumas viraram amigas pós-ação! ❤

Cada uma fotografou em um canto da cidade, de forma despretensiosa fiquei com a Av. Paulista, um dos lugares que mais gosto de São Paulo. Esse tipo de sessão de fotos não é meu forte, fiquei bem constrangida no começo, mas todo mundo foi tão legal que consegui me divertir muito enquanto as pessoas olhavam e pensavam “quem é essa criatura?”

As fotos são do fotógrafo Eduardo Biermann e quem quiser ver um pouco mais do trabalho dele, inclusive desse projeto, tem fotos das outras meninas no site dele. Aqui eu divido um pouco com vocês a minha participação nessa ação:

150226_biermann_6554

150226-biermann-6593150226-biermann-6932

150226_biermann_6846150226-biermann-6959

Um suuuuper obrigada também à Renata Massetti que captou todo o making of das fotos e também me deixou super à vontade. Assim como o Edu, ela também é muito boa no que faz, pra vez mais do trabalho dela com as #NikeGirlsBR, é só acessar o site dela. Embaixo 15 segundinhos do que foi esse dia:

Obrigada a todos pela paciência, pela competência e pelo bom gosto. Foi um prazer!

Obrigada aos amigos que não tenho mais

Hoje um amigo de infância postou uma foto pro #tbt de quando éramos crianças, talvez uns 7 ou 8 anos. Não sei precisar… E aí não sei se é culpa da TPM ou sei-lá-o-quê, mas deu uma tristezinha. Deu uma tristeza, mas foi quase boa porque naquela foto estavam pessoas que fizeram parte da minha vida durante 10 anos, foram protagonistas de muitas lembranças de criança, estiveram comigo em muitas primeiras experiências. Foram meus amigos de infância, foram eles, inclusive, que me zoaram bastante na escola.

Foi com eles que troquei fitas k7, que tive um canal no mIRC (alô, #RedHots!), a gente fez várias excursões pra fazenda, pra serra, pra praia… A gente viu um ao outro debutar, foram muitas festas de 15 anos! As primeiras intrigas e primeiras paquerinhas foram todas ao mesmo tempo, a gente fofocava bastante, as matinês no Mucuripe, os shows no Hotel Marina que duravam tanto quanto o sermão dos nossos pais antes de irmos. Eles entraram na minha vida quando eu tinha 7 anos, fiquei com eles até o começo do último ano da escola, a gente aprendeu sobre álgebra, biologia, química e análise morfológica ao mesmo tempo – ou tentamos aprender. A gente estudou sobre a Nova Zelândia em um ano e sobre a República Dominicana no outro para a feira das nações. A gente teve aulas de etiqueta social e teve também um semestre inteiro de oficina caseira, a gente aprendeu a fazer extensão elétrica, a limpar cabeçote e a trocar pneu. A gente torceu um pelo outro nos jogos interclasses e a gente disputou entre si na feira do empreendedor (minha barraquinha de milk shake arrasou!). A gente foi junto ao laboratório de química misturar componentes perigosos.

Foram eles que me zoaram por eu ser rechonchuda, por ficar rosa quando corria e por falar estranho, foram eles que acompanharam meu colocar e tirar de aparelhos ortodônticos, foi com eles que eu comi churros e pirulito de caramelo na saída da escola. Na nossa época não tinha celular, ninguém mandava whatsapp ou sms, a gente escrevia num pedaço de papel e fazia o papel andar pela sala toda enquanto a gente rezava pra professora não ver. A gente assinou por muitos anos a camiseta do uniforme uns dos outros no último dia de aula e a gente jogou espirobol no recreio! Eu dividi a paixão pelo Leonardo DiCaprio com amigas e troquei pôsteres dos Backstreet Boys com elas, fiz cover de Spice Girls e virei fã de hardcore que só vestia roupa preta com vocês, amigos. Eu conheci a galeria do rock com vocês!

A gente foi pra escola no dia 11 de setembro de 2001 e discutiu bastante sobre o que a gente nem entendia. A gente deu apelidos maldosos aos professores e gastamos vários filmes de câmera analógica dos nossos pais, a gente fez paródias na semana do meio ambiente, a gente foi aos primeiros shows juntos, a gente fugiu depois da prova pra ir ao shopping, a gente comia batata frita com sorvete, a gente começou a gostar de música ao mesmo tempo, alguns amigos montaram uma banda e todos os fãs dos Pescadores eram nossos amigos. A gente amadureceu e fez parte da vida um do outro, algumas pessoas lembro o nome completo e a data de nascimento mesmo sem falar ou ver há mais de 10 anos. Vocês me viram dançar em cima do palco uma música caribenha com top mostrando a barriga que era o dobro da barriga de qualquer outra menina que dividia o palco comigo e ainda continuaram meus amigos. Vocês seguiram a vida, eu segui também, a gente se separou, a gente nunca mais se falou. A gente nunca mais se viu e eu não tenho o telefone de mais ninguém…

Eles ficaram lá no calor do Ceará e eu voltei pro Sul, depois de outros muitos anos subi um pouco e hoje estou no Sudeste e ainda bem que a internet existe um tanto melhor hoje em dia, só assim eu sei quem já casou, quem tem filho, quem tá igual, quem tá em outro país, quem mudou muito, quem parece mais feliz do que há anos atrás, só assim eu tenho um resquício de vínculo aos que me viram crescer e que contribuíram pra que eu me tornasse quem sou. Hoje, infelizmente, não tenho amigos de infância, todos meus amigos são amigos que conquistei quase na fase adulta, amo eles, mas eles não me conhecem como vocês.

Nós não nos falamos mais, não nos vemos, não sabemos mais um do outro e nem fazemos nossos pais combinarem quem leva e quem busca na festinha, mas vocês são parte de uma das minhas partes que mais gosto de mim. Amo meu presente, adoro o caminho que segui e estou onde eu queria estar, também tenho certeza que meu futuro será inesquecível, mas meu passado… Meu passado tem um lugar especial no meu coração. Onde quer que estejam, fazendo o que quer que estejam fazendo, quero dizer OBRIGADA, vocês foram muito importantes na minha vida e é não à toa que eu digo que meu coração é cearense. Se você foi parte da minha vida entre dezembro de 1995 e maio de 2004, saiba que te quero bem.

Você pensa que sabe, mas você não faz ideia.

É engraçado, no caminho do metrô sempre vou olhando pro chão, confesso que mais pra poder desviar dos cocôs dos cachorros de pessoas mal educadas do que pra fazer um ar melancólico-poético ou pra ver as surpresas do  caminho. Enfim, indo pro metrô prestando atenção no chão e com um nó na garganta que não desfaz há uns dias, eu vi uma pétala em forma de coração. Parei para fotografar e postei no instagram e alguém disse que amava a minha alegria. Me comoveu… Não tinha alegria naquela foto, como não tem em muitas outras, mas ninguém consegue reparar. Há quem diga que é encantado pela paz que transmito, mal sabem essas pessoas da guerra que existe na minha mente. 
 
Não estou aqui divagando sobre meus dias ruins camuflados pra fazer drama ou me vitimizar, é pra ilustrar o que todos deveriam saber: não julguem por fotos. As redes sociais não dizem nada. Os dias ruins precisam existir pra gente conseguir valorizar o dia bom, a gente chora hoje pra que a risada de amanhã fique mais gostosa. A gente tem que sofrer mesmo pra que a felicidade transborde quando for a vez da felicidade. Eu acho que já falei sobre esse assunto por aqui, mas vou falar quantas mais vezes forem necessárias, parem de julgar. Se todo julgamento fosse pro bem como às vezes acontece nas minhas fotos, seria ótimo, mas eu me impressiono com a quantidade de julgamentos que fazem e que se manifestam através de palavras escritas pra machucar.
 
A menina de 22 anos e mais de um milhão de seguidores também sofre com o seu julgamento, mesmo que você ache que nada abala a moça rica que atuou na novela das 8 e flertou com um ídolo teen. O cara marrento da banda de rock também se chateia com os comentários maldosos, a menina que está sempre sorrindo e cantando também chama a amiga no whatsapp com um print e pergunta: “por que as pessoas são más?”.
 
Eu gosto de clicar nas pessoas autoras de comentários maldosos e acho impressionante a quantidade delas que em suas “bios” se auto intitulam pessoas de bem, pessoas do amor, pessoas de Deus. À quem vocês querem enganar? A internet pode te dar uma certa liberdade – talvez toda a liberdade – mas saiba usá-la. Não seja mais um otário em um mundo de otários. Não ofenda se não tiver motivos pra elogiar, não seja inconveniente se não souber agradável. 
 
“Ai, a pessoa só quer ouvir elogio, quando alguém critica se ofende” – parabéns, é isso mesmo, você entendeu!!! As pessoas já se lascam o dia inteiro na rua, no metrô, no ônibus, na escola, no trabalho, em casa, nas relações, com conta bancária, com a falta de sono, com a ansiedade, a angústia, a cobrança, as dúvidas, a violência, o governo, a inflação… NÃO PIORE. Todas as pessoas, sem exceção, estão passando por alguma barra na vida, algumas por barras maiores e mais pesadas, outras por mais barras, mas todos estão lidando com algo ruim. Não seja uma coisa ruim a mais desnecessariamente, tente melhorar o dia de alguém e se você sentir prazer em escrever palavras negativas pra quem você sequer conhece, procure um psicólogo, você não é um ser humano bom. Talvez num divã você consiga resolver suas pendências internas e pare de sentir prazer em ser um babaca. 
 
Não adianta bater panela na janela por um Brasil melhor se você não consegue sequer ser agradável com o próximo. OK? Seja a mudança. 

Segue lá também: Instagram | Facebook | Twitter

A crise dos janeiros

Mais um janeiro e a vontade de dividir com amigos o momento trágico do ano que é ficar mais velha. Indo pro meu vigésimo sétimo aniversário e tento, mais uma vez, me convencer de que eu mereço uma comemoração. Penso em juntar os amigos, preparar alguma coisa, organizar um dia legal. Falho mais uma vez na tarefa de me convencer de que mereço uma comemoração. Tive poucas festas de aniversário, talvez 3 e todas até os 12 anos, o que quer dizer que estou debutando nas minhas não comemorações. Ai, eu queria mesmo, a desculpa já foi grana, hoje nem é mais, eu conseguiria bancar alguma coisa low profile, mas eu penso nos convidados.

Que direito tenho eu de obrigar 10, 15, 20, 30 pessoas a abortarem todos os seus planos de um domingo de verão pra me assistirem enquanto assopro velas? Nenhum. Acho mais justo com as pessoas que elas se reservem ao direito de me darem parabéns (ou não) pelo celular onde quer que elas estejam. Algumas pessoas interpretam mal minha resistência a festas e comemorações de aniversário, uma vez que gosto bastante de ir nas confraternizações alheias. Não entendam mal, amigos, isso não é falta de amor ou consideração com vocês. Reservo-me ao mais próximos (família/namorado/marido e, no futuro, filhos) nessa data porque de todos que amo, esses são os que chegam mais perto da “obrigação” de presenciar o meu parabéns desajeitado enquanto coro e bato palmas descoordenadamente como se o aniversário fosse de outra pessoa.

Sim, a cada texto que escrevo, revelo um pouco mais das minhas loucuras e neuroses ao mundo.

Quando me conheci, me amei.

love-yourself-more

Sempre quis ter duas varetinhas no lugar das pernas, sempre achei meu cabelo sem graça – nem claro, nem escuro. Sempre quis ser ruiva como minha vó, eu queria os olhos verdes dos meus pais e minha irmã, só eu nasci com o tal do mel – de novo nem claro, nem escuro. Eu passei bons anos da minha vida escolar ouvindo provocações, era bullying, mas esse nome só veio quando eu já tinha passado por aquilo tudo. Já cheguei em casa chorando muitas vezes quando mais nova perguntando por que eu era a mais feia da turma. Bom, é verdade que eu deixei de ser a bolinha que era, verdade que tirei o aparelho dos dentes, que comecei a me cuidar, que assumi meus cabelos, parei de roer unha, mas principalmente, eu passei a gostar de mim.

Eu ainda visto 38, não vou chegar no 36 nunca. Ainda tenho o cabelo e os olhos com cor de nada, mas eu me adoro! Nada mais gostoso que amadurecer um pouco e chegar a conclusão de que o mais bonito é o que só você tem, é o que não dá pra comprar, é o que só você e sua bagagem podem te proporcionar. Eu não sou as minhas pernas tortas, não sou meus braços gorduchinhos, não sou meu pé feio, eu não sou minhas sardas e nem meu nariz arrebitado, eu não sou nada disso. Eu sou meus traumas, eu sou meus filmes preferidos, eu sou as músicas que escuto e os lugares que frequento, eu sou livros que leio, os sapatos estranhos que uso, eu sou meu medo de avião. Eu sou o amor pela minha família, eu sou meu choro fácil, eu sou o que eu escrevo, eu sou a cicatriz do piercing que ficou depois que a adolescência passou, eu sou as tatuagens que eu quis fazer, sou meu CD preferido, eu sou as viagens que fiz, eu sou as pessoas que conheci, eu sou minha gastrite, sou meu desvio do septo, sou meu fone de ouvido. Eu sou as gargalhadas que soltei, as lágrimas que derramei e os micos que paguei. Sou meus sucessos e meus fracassos, meus ciúmes e minhas seguranças, eu sou minhas contradições e coerências. Eu sou meus medos, eu sou meus cheiros preferidos, eu sou as flores que gosto de cheirar, sou a carne que não como. Eu sou meu choro escondido e meus pensamentos embaixo do chuveiro, eu sou pés pés na areia e banho de chuva. Eu não sou as poses que faço nos autorretratos e muito menos eu sou o número que aparece na balança ou nos seguidores das redes sociais, eu não sou o que você vê. Eu sou o que eu faço os outros sentirem, eu só sou pra quem quer ver quem sou. Eu sou minha coleção de livros e bonecos, eu sou uma estampa floral, eu sou meus vícios. Eu sou o que ninguém tira de mim, sou o que eu escolhi pra mim, sou o que resultou da mistura dos montes de tralha que sigo jogando na minha bagagem.

Eu aprendi a me amar, eu amo a bagunça toda que meus anos acumularam. É por isso que eu gosto de mim. Eu quero a leveza de me aceitar como sou e quero sempre ter claro na mente que eu não vim aqui pra agradar olhos de ninguém e sim corações. Eu aprendi que beleza sai pelos poros que a gente vive tentando tapar com aquela base importada, eu aprendi que é tolo querer ser a mais bonita da festa, isso é coisa de quem não se ama e não consegue ir dormir sozinha. Quem se ama dança na frente do espelho e pouco se importa se a amiga veste dois números a menos, quem se ama se leva pra passear, vai no cinema sem ninguém e ri baixinho quando nota um olhar piedoso de quem não suporta a própria companhia. Eu tenho muitos defeitos, mas eles são todos meus, são parte do que eu sou e de tudo que vivi pra me ser e me amar. Não liguem se alguém não gostar de você, você não está aqui pra viver conforme as expectativas de ninguém, seja fiel a você, saiba quem você é e se ame antes e acima de tudo, só assim os outros vão poder saber quem você é e, então, também amar você.