Como recuperar sua autoestima

Eu separei esse assunto em das partes porque eu queria deixar de fora da discussão a questão estética. Quantas vezes você não viu uma pessoa evidentemente muito bonita se queixando de uma baixa autoestima? Tenho certeza que muitas e que muito provavelmente você achou que era papo furado… afinal, como ela pode estar se sentindo mal com ela mesma se ela é tão linda?

O que acontece é que gostar de si mesmo não é físico, é muito mais profundo com isso. Uma baixa autoestima é fruto de muita insegurança. E essa insegurança faz com que a pessoa se coloque em situações que só agravam ainda mais e esses sentimentos de fraqueza, insegurança, frustração e desamor só aumentam em um eterno círculo vicioso.

Acredito que a chave de uma boa autoestima seja a autoconfiança. E muitas vezes a gente já está tão afundado na insegurança que parecer ser impossível recuperar a fé e o amor por si mesmo, né? Mas só parece… esse é só mais um truque da mente. É imprescindível que se trabalhe isso internamente o quanto antes porque nossa autoestima baixa faz com que a gente aceite relacionamentos abusivos, empregos que nos exploram, situações que nos violentam e amizades tóxicas simplesmente porque acreditamos que a gente merece aquela porcaria toda… a gente se ama tão pouco que não imagina que a gente merece só coisas boas. A baixa autoestima faz com que a gente não se arrisque em oportunidades promissoras por medo de falhar, faz com que a gente fique eternamente numa falsa zona de conforto que de confortável não tem nada. É só uma zona de definhamento, onde nada de bom vai acontecer e a gente só vai ficar com pena de si mesmo.

87ff06c0ff30cb1db932cdfd6896501eRecuperar a confiança em si mesmo não é uma coisa que acontece de repente ou da noite por dia. São pequenas conquistas e pequenos exercícios diários. Algumas coisas me ajudam e me ajudaram até aqui e eu quero dividir com vocês… a primeira dica que eu daria: desafie-se. Não comece com algo grande, a soma de pequenas conquistas tem um poder transformador. Coloque pequenas metas… pode ser ler 20 páginas de um livro por dia, passar 2 dias sem comer chocolate, acordar meia hora mais cedo por uma semana, ir para a academia 3x por semana, visitar um parente diferente por semana durante dois meses.  Essas pequenas metas, conforme você for concluindo, vão te fazer recuperar um pouco da confiança em si e vão te ajudar a deixar de lado a autossabotagem. Quando tiver recuperado um pouco da sua fé em si, desafie-se de verdade a algo maior. Vencer medos! O medo de dirigir, o medo de altura, de água… isso pode ser transformador.

Diariamente, ao acordar, se olhe profundamente no espelho, dentro dos seus olhos… não deixe que os olhos desviem para o que você julga ser defeito. Olhe no fundo dos olhos e repita palavras de amor, de motivação… ou até mesmo elogios! Elogie-se, parabenize-se. Diga o quanto você pode ser incrível, enalteça suas qualidades, lembre de tudo que já conquistou até aqui.

Pratique um esporte. Eu posso dizer que minha autoestima é dividida em duas partes: antes e depois de correr uma maratona. Correr 42km teve um efeito na minha mente e na minha percepção sobre mim mesma que nunca mais se apagou. Eu mudei definitivamente. O esporte é uma arma poderosíssima para recuperar sua confiança porque quando você começa qualquer esporte, você inevitavelmente vai ser ruim, mas conforme vai treinando, sua evolução vai ficando evidente e isso se transforma em um poderoso sentimento de superação.

Elogie pessoas e ajude pessoas. Conhecidos ou desconhecidos. Colegas ou amigos. Qualquer pessoa… quando você ajuda um cego a atravessar a rua, quando carrega uma sacola de compras de uma idosa com dificuldades, quando não corre pra fechar a porta do elevador quando o vizinho chega, quando dá bom dia no elevador, quando elogia a roupa de um colega de trabalho que não tem contato, quando oferece o lugar pra sentar no ônibus, quando ajuda uma pessoa que não está passando bem, quando divide um prato de comida com quem tem fome, você está fazendo a diferença na vida dessa pessoa. E perceber que uma atitude sua teve um impacto positivo na vida de uma outra pessoa faz com que um profundo sentimento de realização tome conta de você e isso acaba virando um vício! Ajudar o outro faz bem pro outro e 3 vezes melhor pra gente mesmo. Reconhecer-se importante no dia ou na vida de alguém faz com que a gente se sinta muito melhor com a gente mesmo.

Tome pequenas decisões. Abandone um pouco a mania de dizer “tanto faz” ou “você que sabe”. Entenda que suas vontades têm valor e também precisam ser ouvidas. Quando estiver com outra pessoa, passe a de vez em quanto escolher a música, o que vão comer, o filme que vão assistir, o lugar onde vão passear. Quando você decide algo, por menor que seja, e o outro aceita, você aos poucos vai entender que o que você quer e pensa também tem valor.

Experimente também discordar. Quantas vezes você não aceitou uma situação ou uma opinião de outra pessoa calado sem coragem de usar a própria voz? Experimente discordar, não precisa começar com uma grande polêmica, mas se você não gostou de um determinado filme que todo mundo gostou, por exemplo, exponha seu ponto. Você vai ver que você vai se sentir muito bem por não ter concordado com algo que não queria.

É preciso que a gente enxergue valor em quem a gente é, no que a gente pensa, no que a gente faz e no que a gente fala. Quando desrespeitamos quem nós somos na esperança de agradar os outros, nós nos diminuímos e damos carta branca pra que as outras pessoas nos tratem com o mesmo desrespeito e falta de amor que nos tratamos. É como muito bem disse Rupi Kaur uma vez: como a gente se ama que a gente ensina o outro a nos amar.

Eu sei que o processo pode ser difícil e lento, mas é preciso que a gente se esforce a fazer pequenos avanços dia após dia. O que era muito difícil no começo, vai ficando mais natural com o passar do tempo. Experimente!

E se você que tá lendo tiver alguma outra coisa pra acrescentar nesse processo muitas vezes difícil, divide aqui nos comentários. ❤

E como no último texto, também tem a versão em vídeo pra quem é de vídeo.

Um beijo!

Hari

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O Corpo e a Autoestima

Que a pressão pra que a gente se encaixe nos padrões existe e é extremamente nociva, todo mundo já sabe… mas existe um novo tipo de pressão que tem aparecido que é preciso estar muito atento.

Muitas pessoas na internet estão levantando a bandeira da autoestima e isso é lindo, corajoso, válido e extremamente necessário, mas é preciso muito cuidado e muita responsabilidade na hora de nos  posicionarmos, pois transferir a pressão de se encaixar num padrão para a pressão de se amar a todo custo não ajuda em muita coisa. Cada pessoa tem seu tempo e suas questões, não existe um botão onde se aperta e tudo muda!

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ilustração: Malota

Na minha luta por uma autoestima um pouco melhor, eu passei por muitas fases e hoje acho que estou muito melhor do que jamais estive, mas ainda existe um caminho a se percorrer e o exercício é diário, mas existe uma coisa que eu entendi que mudou todo o meu processo. Por muito tempo acreditei que pessoas com autoestima alta eram pessoas que amavam tudo sobre si… amavam o que julgavam feio em si. O feio e o bonito são conceitos muito subjetivos, o que julgo feio em mim pode ser justamente o que alguém vê de bonito em mim, mas aqui é tudo sobre como a gente enxerga a gente mesmo.

Eu via aquelas mulheres super bem resolvidas de repente amando cada aspecto sobre si e me frustrava porque por mais que eu me tratasse com muito amor e respeito, eu continuava não gostando das minhas pernas, meus cabelos brancos, meus pneuzinhos… por que só eu não conseguia amar cada centímetro do meu corpo? E um belo dia eu entendi que eu estava fazendo tudo errado, tentando chegar naquele estágio de autoestima de forma totalmente errada. Eu entendi que não era nada disso!

Pra mim, o segredo é ter total consciência do que não gosto em mim e entender que é muito ingênuo eu achar que todos os meus “defeitos” precisam ser corrigidos. Que crueldade comigo mesma eu achar que eu não podia ter defeitos. Quem sou eu pra não ter defeitos… essa pessoa sequer existe! Por que eu seria a única? E aí eu fui fazendo as pazes comigo e tirando essa pressão das minhas costas. Ainda não acho minhas pernas bonitas e nem várias outras coisas do meu corpo, mas isso é tão natural quanto respirar. Decidi que isso não me define, que são parte de quem sou e que algumas coisas feias não me fazem uma pessoa feia ou pior. Entender isso mudou tudo pra mim! Não tenho mais a ingenuidade de achar que preciso achar tudo lindo.

Somado a isso, abandonei (dentro do possível) a mania de comparação. A gente é bombardeado o tempo todo e em todos os lugares com imagens de corpos perfeitos e diferentes dos nossos e ficamos querer pra gente corpos que já pertencem a outras pessoas, ignorando completamente que cada um de nós é uma combinação genética única e exclusiva no mundo. Nenhuma dieta vai me transformar na Gisele Bündchen e nenhum treino vai me transformar na Sabrina Sato… aqueles corpos são delas e o meu é o meu. Ninguém é igual a ninguém e eu preciso aceitar que preciso tentar transformar meu corpo dentro do possível e da realidade que me foi dada e dentro das minhas limitações. A comparação é o caminho mais curto pra frustração.

O exercício pra que o corpo não seja alvo do nosso ódio é diário. É importante que durante o processo a gente não permita que nossas insatisfações com o corpo não nos impeçam de viver a vida que é tão curta… nunca seremos tão jovens quanto somos hoje! Coloque o biquini, vá à praia, pule na piscina, saia pra dançar quando a acne aparecer, não recuse convites por nenhum quilo a mais. Não deixe de viver, absolutamente ninguém repara nos seus “defeitos” da mesma forma que você, não se cobre tanto.

Estar em paz com o corpo acredito ser a primeira etapa pra que se atinja, de fato, uma autoestima boa… muitas pessoas acreditam que o corpo é o que rege a autoaceitação, mas não se iludam, essa é só uma parte que nem é tão grande assim, mas justamente por essa confusão é que cada vez mais vemos pessoas com ódio de si mesmas. Vou fazer um segundo post falando sobre a autoestima depois da paz com o corpo. Um dia tudo cai, tudo murcha, tudo enruga… e o amor que sentimos por nós mesmos não pode se abalar por isso.

Espero que vocês consigam abrir a mente e entender essas duas coisas:

1. querer não ter “defeito” é querer ser perfeito e isso é muita pretensão de qualquer pessoa.
2. a comparação tem um efeito devastador e é o caminho mais curto pra frustração.

Semana que vem a gente conversa um pouquinho mais sobre isso!

Um beijo,

Hari

esse texto é uma versão escrita do que tentei falar ontem no YouTube. Então tem texto pra quem é de texto e vídeo pra quem é de vídeo .<3

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