Quatro anos na cidade do caos

Eu tinha 24 anos. Achava que tinha muitas certezas, várias respostas… Coloquei o que cabia na mala e fui embora daquela cidadezinha do litoral catarinense pra viver em São Paulo. Entrando na sala de embarque, olhei pra trás e vi minha família que me encorajava com os olhos molhados de quem sabe que não pode me pedir pra ficar. Meu pai, por muitos meses, me ligou só pra dizer que se eu não tivesse feliz, eu podia voltar. Meu lugar sempre esteve lá, mas fui em busca de um outro lugar, um lugar conquistado por mim. Eu fui… E então minhas certezas começaram a se transformar e minhas respostas se transformaram em perguntas. Foram muitos conceitos desconstruídos, várias conversas baixinhas com Deus pedindo desculpa por julgamentos que fiz no passado. Eu já tinha conhecido um pouco do mundo nos meus intercâmbios na França, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra… mas eu ainda sabia muito pouco sobre a diversidade. A arrogância adolescente de quem sabe de tudo ainda existia em mim. Sair da zona de conforto e vir pra São Paulo foi um exercício de humildade. Sair do comodismo que a casa dos meus pais trazia foi a melhor coisa que podia me acontecer… Precisei de humildade pra procurar emprego, pra enfrentar o transporte público lotado, pra dizer não pra algumas coisas porque o dinheiro não ia dar, pra passar o sábado fazendo faxina, pra fazer novas amizades, humildade pra admitir que tinha alguns preconceitos, humildade pra admitir que eu precisava das pessoas mais do que elas de mim. Humildade pra pedir ajuda e pra aceitar que aqui sou só mais uma em quase 12 milhões de pessoas procurando um lugar ao Sol. São Paulo também me exigiu uma porção bem grandona de coragem. Coragem pra estar longe da família, por trocar um emprego que já era cômodo e onde todos sabiam da minha capacidade pra ter que pedir uma chance pra que outra pessoa me deixasse mostrar que eu podia ser boa. Coragem pra fazer novos amigos – eu não sou boa nisso. Coragem pra dirigir nesse lugar de malucos! Coragem pra dormir chorando de saudade e acordar com a cabeça erguida de quem sabe que não pode voltar atrás. Muita gente não consegue se adaptar à São Paulo, mas é porque aqui a gente precisa estar disposto a questionar a si mesmo e aceitar que estar aqui é nascer de novo. Tem que vir de peito aberto e não criar expectativas, apenas estar pronto pro que vier. Eu tenho uma gratidão que não me cabe por essa cidade, pelas pessoas, pelas empresas, pelas ruas. Hoje eu faço 4 anos de São Paulo e ainda sinto que tenho muito o que aprender com essa cidade que nunca me aprisionou e que me apresentou um mundo infinito de possibilidades, que me fez entender que pode ser minha maior aliada se eu estiver disposta a trabalhar mais e reclamar menos. Aqui eu perco muito tempo no trânsito, aqui eu tive que fazer seguro até do meu celular, aqui meus problemas respiratórios se agravam, aqui eu estou longe da minha família, aqui tudo é muito mais caro, aqui eu tenho que trabalhar muito mais, mas aqui eu posso ser tudo o que eu quiser e é por isso que eu amo São Paulo. Não sei se nosso relacionamento vai durar pra sempre, mas até o último dia que me couber, eu vou me dedicar pra aproveitar cada coisinha que esse lugar tem pra me oferecer.

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Rolê Cafeína #3 King of the Fork

Terceira edição do Rolê Cafeína foi no King of the Fork, no coração de Pinheiros! O café foi todo idealizado para o público ciclista, mas eu que mal consigo andar uma linha reta equilibrada em  uma bicicleta, entrei pro clube dos apaixonados por esse lugarzinho. Não é justo que o cookie e o pão de queijo deles fique só entre os ciclistas haha

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Em meio à luvas, selins e os mais variados itens relativos ao ciclismo, tem um balcão cheio de delícias. Como sempre, preciso eleger o que comer com muita dor por não poder provar tudo. Todo mundo que foi antes de mim, me alertava quanto ao cookie, então fui confirmar os boatos e ele é tudo o que falam e um pouco mais. É quase um muffin de tão generoso. Comi ele quentinho… E o pão de queijo, affff ❤

Um minuto de silêncio.

Um minuto de silêncio.

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Uma refeição que parece abraço: café da manhã.

Uma refeição que parece abraço: café da manhã.

Pausa pro meu look de bolinhas

Pausa pro meu look de bolinhas

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Ando apaixonada pelas trilhas sonoras dos cafés que tenho ido, no KOF tava tocando Kings Of Convenience. O lugar é aconchegante e além das mesas da frente e de dentro, ainda tem um lugarzinho ao ar livre nos fundos… A temática tá presente em todos os detalhes, mas o lugar é muito receptivo com todas as tribos. O wi-fi é liberado, mas pedem que quem for pra ficar no notebook, fique nos balcões pra dar espaço nas mesas pra quem for comer.  Lá, além de acessórios pra sua bike, ainda pode comprar cafeteiras, grãos, canecas, chocolates e até cadernos de marcas locais.

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Claro que tem um estacionamento de bicicletas na frente do KOF! E quando forem lá, se forem, recomendo que depois ou antes façam um rolê pelo bairro. Pinheiros é uma delícia! E pra conhecer tem que andar a pé, são muitas ruas, lojas, cafés e lugarzinhos pra se apaixonar.

O KOF fica aberto de segunda à sexta das 10h às 20h e no sábado das 9h às 18h. Fica na Artur de Azevedo, 1317. Se for de metrô, desça na estação Fradique Coutinho da linha amarela.

Em breve o Rolê Cafeína #4 aparece por aqui! Se tiverem alguma sugestão de cafézinho aqui por São Paulo, me avisem que vou correndo.

Todas as fotos: César Ovalle.

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Cada pessoa é um mundo.

O que você leu, o que viveu, por quem sofreu, onde morou. As cartas que escreveu, as cartas que não mandou. O choro que chorou, as risadas que deu, os esportes que praticou. Os cortes de cabelo que deram errado, as roupas que comprou, as pessoas que abraçou, as pessoas que beijou, as pessoas que amou. As pessoas que não te amaram, as pessoas que te fizeram sofrer, as pessoas que você fez sofrer. As músicas que ouviu, os filmes que assistiu, as estradas por onde andou. Os chefes que teve, as coleções que fez, as broncas que tomou, as decepções que sentiu. As festas que foi, as festas que deu. Os bolos que tomou. As pancadas que levou, as confusões que passou, a alegria que sentiu, a paz que veio sem avisar, a tormenta que também chegou de súbito. Os porres que tomou, as doenças que teve, as palavras que disse, a religião que seguiu,  as religiões que não seguiu. Aquele lugar que ninguém conhece, mas você sempre vai. A casa que decorou, as roupas de cama em que se enrolou, os colegas de trabalho com quem conviveu, as tatuagens que fez, os arrependimentos que teve, as dúvidas que sempre voltaram. A profissão que escolheu, a profissão que largou. Aquele dia ruim na infância, aquele dia maravilhoso na infância, os animais que teve, as perdas que enfrentou. O seu primeiro amor. E seu segundo amor, e seu terceiro amor… Você é a soma de tudo que consome, tudo que toca, tudo que sente, tudo que te acontece. Você é único no mundo. Inútil tentar se enquadrar em padrões que não são seus porque a verdade é que não existem padrões: somos todos únicos como digitais, somos formados de elementos únicos e nossas experiências é quem fazem de nós quem somos e quem somos é nosso maior trunfo, ninguém é igual a ninguém e isso é motivo suficiente pra que cada pessoa se sinta especial por ser quem é.

Somos fruto de tudo que alimenta nossa alma, mente e corpo! Escolha bem o que e quem você vai deixar entrar na sua vida, isso vai influenciar na pessoa que você é. Cada pessoa é um mundo, como você está cuidando do seu?

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