Cuidado: intolerância mata

Surfista de 24 anos é morto a tiros após discussão. Radicais islâmicos invadem redação de jornal francês e matam 12. Promotor que denunciou Cristina Kirchner é encontrado morto.

O que é que tem tornado a humanidade cada vez mais intolerante? O que está mudando? O que é que tem feito a gente regredir espiritualmente na mesma proporção da evolução tecnológica? A cada notícia dessas que esfrega na minha cara que a humanidade está perdida, um sentimento profundo de tristeza toma conta de mim. Isso aqui não é um texto com começo, meio e fim. É um desabafo de uma pessoa que acredita que a vida é feita pra evoluir e vê uma regressão sem tamanho pelas ruas. Triste por tanta intolerância, tanta falta de respeito com a vida, triste pela maldade, pelo pavio curto. Agimos como selvagens que resolvem as coisas com violência, é tanta rede social pra bater papo e trocar ideia por aí e mesmo assim, estamos cada vez mais indispostos e despreparados para o diálogo franco.

Hoje a intolerância faz mais uma vítima. E a justiça fará o quê? Vai conceder ao assassino o direito responder em liberdade? Estamos no mundo dos extremos onde em um lugar um país CAGA (sorry pela palavra) para pedidos de clemência e fuzila estrangeiros criminosos e em outro reza-se para que o assassino de um jovem esportista não seja encontrado semana que vem tomando um cafezinho na padaria da esquina. É tanta coisa provocando interrogações e exclamações na minha cabeça que eu não consigo sequer fazer sentido ou seguir uma única linha de raciocínio.

De todos os inimigos da humanidade, a intolerância é o maior deles, ela é capaz de matar, ela não se importa, ela é fria, é cruel, é irracional. Ainda sonho com um mundo mais capaz de amar, de respeitar e de resolver as coisas em paz.

You may say i’m a dreamer but i’m not the only one.

A crise dos janeiros

Mais um janeiro e a vontade de dividir com amigos o momento trágico do ano que é ficar mais velha. Indo pro meu vigésimo sétimo aniversário e tento, mais uma vez, me convencer de que eu mereço uma comemoração. Penso em juntar os amigos, preparar alguma coisa, organizar um dia legal. Falho mais uma vez na tarefa de me convencer de que mereço uma comemoração. Tive poucas festas de aniversário, talvez 3 e todas até os 12 anos, o que quer dizer que estou debutando nas minhas não comemorações. Ai, eu queria mesmo, a desculpa já foi grana, hoje nem é mais, eu conseguiria bancar alguma coisa low profile, mas eu penso nos convidados.

Que direito tenho eu de obrigar 10, 15, 20, 30 pessoas a abortarem todos os seus planos de um domingo de verão pra me assistirem enquanto assopro velas? Nenhum. Acho mais justo com as pessoas que elas se reservem ao direito de me darem parabéns (ou não) pelo celular onde quer que elas estejam. Algumas pessoas interpretam mal minha resistência a festas e comemorações de aniversário, uma vez que gosto bastante de ir nas confraternizações alheias. Não entendam mal, amigos, isso não é falta de amor ou consideração com vocês. Reservo-me ao mais próximos (família/namorado/marido e, no futuro, filhos) nessa data porque de todos que amo, esses são os que chegam mais perto da “obrigação” de presenciar o meu parabéns desajeitado enquanto coro e bato palmas descoordenadamente como se o aniversário fosse de outra pessoa.

Sim, a cada texto que escrevo, revelo um pouco mais das minhas loucuras e neuroses ao mundo.