Para uma boa vida

c580b36431eb11e2b62722000a1fbc10_7Não que seja tudo super fácil e que a vida seja um episódio dos Ursinhos Carinhosos, mas algumas coisas simples podem ajudar a gente a levar uma vida um pouquinho mais leve e também fazem com que sejamos companhias mais agradáveis. Pagar as contas em dia, fazer as coisas bem feitas, gastar menos que ganha, agradecer, perdoar e guardar segredos fazem com que a gente fique um pouco mais em paz com a nossa consciência.

Presentear sem data especial, sorrir mais, olhar no olho, tratar os outros como gostaria de ser tratado, elogiar, ter aperto de mão firme, dar segundas chances, ser humilde e evitar decisões com cabeça quente nos ajudam a ser pessoas mais agradáveis de se conviver.

Ainda estou precisando melhorar em vários quesitos, mas minha meta principal de vida agora é me tornar uma pessoa mais leve (nos dois sentidos hahaha). Se todo mundo se propusesse a mudar um pouco e a se tornar pessoas menos inconvenientes, o mundo estaria um tanto melhor!

Boa sexta-feira e bom fim de semana pra todo mundo!!

Ruby Sparks – A Namorada Perfeita

Assisti ontem a um filme que eu estava ansiosa para assistir.

Ele, Calvin, um escritor que anos após o sucesso de seu livro de lançamento está sofrendo de um bloqueio criativo e não consegue passar da primeira página – ainda em branco – do seu novo livro. Em um sonho ele encontra uma mulher que serve de ponto de partida para seu novo romance e, Ruby, a tal mulher dos sonhos, aparece cada vez mais frequentemente até que um dia se materializa na cozinha da casa de Calvin. Um misto de fantasia e realidade, onde os dois mundos se confundem e Calvin tenta descobrir se está louco, a medida que não quer que a fantasia acabe.

O filme que é dos mesmos diretores de Little Miss Sunshine – um filme que adoro – e tem como protagonista um ator que também participou do primeiro filme, parecia ser sucesso garantido e teria espaço garantido na minha lista de filmes preferidos assim como o Little Miss Sunshine, mas não foi bem isso que aconteceu. Eu não dormi nem nada, não fiquei pensando no jantar enquanto as cenas passavam, achei bonitinho, engraçadinho, mas não captei muito bem a mensagem, se é que o filme  tem alguma. Ao fim do filme que tem toda uma atmosfera indie que eu confesso adorar, Calvin fala as palavras “Falling in love is an act of magic.” e eu suspeito que essa seja a mensagem do filme, mas não é novidade alguma pra mim.

Das duas uma, ou o filme realmente é café-com-leite ou eu fiquei velha demais pra essas coisas.

Com amor

Uma imagem simples sobre o que é o amor. O amor está nos detalhes de quem cuida…

 

Recado!

Gente, aproveitem o fim de semana pra fotografarem os looks e mandarem pra hrnmnk@gmail.com como a gente combinou nesse post aqui. Semana que vem já quero fazer  o primeiro post! A enquete continuou aberta e agora foram 175 votos, 172 a favor e 3 contra. Ou seja, a maioria ainda quer ver vocês hehe

Estou esperando! 🙂

Beijos

A culpa é das estrelas.

Há três semanas, enquanto eu andava com meu namorado em uma livraria, vi a capa de um livro que me chamou atenção, virei pra ler e dizia assim:

“Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros… Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.”

Coloquei embaixo do braço e disse: vou levar. Quis levar porque de algum jeito, eu me identifiquei com a forma de escrever e aquela meia dúzia de palavras e rodeios pra dizer algo sem dizer propriamente, me fez ter a certeza de que eu gostaria do livro.

Quem escreveu o trecho foi Hazel Grace, uma paciente terminal de câncer de 16 que luta contra a doença desde os 13. Com uma metástase no pulmão e dependente de um cilindro de oxigênio e um catéter, ela frequenta os grupos de apoio à portadores do câncer por insistência da mãe. Um dia ela conhece Augusto Waters, um menino bonito que não tirou os olhos de Hazel naquela tarde e que há um ano e meio havia se livrado de um câncer que lhe custou uma perna.

John Green, o autor, consegue envolver quem lê, é romântico de forma natural e nos afunda nessa história de amor que começou naquela tarde, um amor que desafia os limites entre vida e morte, um amor doce. Uma história cheia de aprendizados de vida para os personagens e pra quem lê. O livro é de dar risada e chorar a ponto de ter que fazer uma pausa pra se recompor. Lindo!!

***

– O.k. – ele disse, depois do que pareceu ser uma eternidade. – Talvez o.k. venha a ser o nosso sempre.
– O.k. – falei.
E foi o Augustus quem desligou

***

“Não dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, é possível escolher quem vai feri-lo.”

***

“Eu me apaixonei da mesma forma que a gente pega no sono: devagar, e então de uma vez só.”

***

Algumas frases só pra dar um gostinho e embaixo o que mais acho lindo na leitura: a imagem que cada um faz do que lê. Encontrei alguns desenhos de leitores, alguns até se parecem com a Hazel e o Augustus que imaginei, mas a quantidade de desenhos que encontrei dos dois, só reafirma todas as minhas impressões do livro, é mesmo encantador e marca a vida de quem leu.

Sobre viver.

Tem dias que simplesmente são bons, sem motivo algum, são bons. Com motivos até pra serem ruins, são bons. Hoje foi um dia como qualquer outro, acordei cedo, tomei meu café da manhã, fui trabalhar, respondi dezenas de e-mails, atendi outras dezenas de telefonemas, resolvi problemas, substituí o almoço pela manicure, morri de frio no ar condicionado do escritório e às seis da tarde eu estava no ponto de ônibus.

O ônibus demorou bastante, o que fez com que eu pegasse ele absurdamente lotado, o dia inteiro fez 30 graus, no fim da tarde o Sol ainda é alto nessa época do ano e o calor não perdoava. Uma das principais avenidas da cidade que eu preciso passar, lotada e parada como toda sexta-feira, paciência é a palavra de ordem. Encostei em uma porta, tirei meu livro da bolsa e retomei a leitura de onde tinha parado no percurso da ida ao trabalho, não fosse um solavanco que fez as pessoas se amontoarem, eu teria terminado ele. O ônibus bateu em um carro que atravessou na frente, os agentes de trânsito foram acionados, os passageiros deveriam descer do ônibus. Desci, achei desagradável, mas ser o motorista do carro seria pior. Tentando rir da situação, parei no ponto seguinte e esperei o próximo ônibus passar.

Depois de uns 30 minutos de espera, o ônibus chegou e se o anterior já estava lotado, vocês conseguem imaginar como este segundo também estava. Espremida do lado do motorista e depois de pedir pra uma menina levantar pra dar lugar à uma grávida, uma japinha idosa que insistia não precisar sentar, puxou assunto. Ela falou sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte, sobre índios, sobre peixes sobre dinheiro, sobre criminalidade, ela só precisava que eu assentisse com a cabeça e falasse umas duas palavras no meio das dela. Era o ponto dela, ela desceu.

Como quem apenas esperava o momento certo, um menino de 11 anos puxou assunto perguntando “tia, quantas capitais você conhece?” Enumerei todas e, pelo sotaque, sabia que não era daqui e resolvi perguntar. O menino pernambucano mora aqui há apenas seis meses em uma família que o adotou e já anda sozinho, me contou sobre as estrelas que não consegue ver na cidade cinza e sobre o sonho de conhecer a neve e a Disney. Aliás, me contou sobre como a Disney é enfeitiçada para que nenhum parque seja melhor, fingi surpresa e senti que ele ficou feliz em ter me contado algo que eu não sabia.

Perto do próximo ponto, vi uma multidão de gente, tentei ir pra perto da catraca, um time de futebol estava prestes a entrar. Agradeci a conversa ao menino e fui me enfiando no meio do pessoal. Chegando perto da catraca, perguntei ao cobrador “vou descer no ponto da ******, daqui fica mais fácil eu pagar e sair pela frente ou tentar descer por trás?”. O cobrador aconselhou seguir e disse que com fé eu chegava na porta, pediu licença por mim pra meia dúzia e eu fui. Nisso uma mulher com 3 colegas disse pra mim “vou grudar em você e vou atrás” e uma outra brincou com a situação gritando “ÁGUA, ÁGUA, DEZ REAIS! BEBE E DEPOIS PAGA!” Lá na frente um senhor que mal tinha os dentes gritava pro pessoal andar pra frente e tentar empurrar com o IMBIGO porque lá perto do motorista estava apertado. Eu cheguei na porta e, poucos minutos depois, o ônibus parou no ponto que eu deveria descer.

Subindo a rua de casa cansada, com as bochechas vermelhas de calor, querendo um banho e uma garrafa de água gelada, eu me peguei feliz e com o humor estranhamente inabalado. E onde eu quero chegar é que brasileiro é um povo demais, que luta, que trabalha, que ganha pouco, mas que não perde o requebrado. Eu acho que todo mundo deveria se misturar algumas vezes nessa vida ao que chamam de povão, dar uma de Regina Casé mesmo, conversar, trocar ideia, ouvir a conversa alheia, pegar um ônibus lotado, rir, fazer piada… É óbvio que eu prefiro um carro com ar condicionado, música boa, cheiro agradável e a mochila no banco do lado ao invés de nas costas te preparando pra uma hérnia, mas ver  (e viver) o mundo real é preciso e, sabendo tirar proveito, é enobrecedor.

Sabem, eu sou uma apaixonada pela França e pela atmosfera parisiense, tive a oportunidade que a minoria tem de ir mais de uma vez e me apaixonar mais ainda, mas ainda que seja verão e os termômetros marquem 30 graus, a cidade é gelada. Já Londres parece cenário de filme a qualquer esquina medíocre, os homens são verdadeiros lords, as mulheres são elegantes, mas é gelado. Assisti à maior covardia da minha vida em um clássico ônibus londrino de dois andares e mais de 20 pessoas, enquanto um homem batia brutal e covardemente em um outro, assistiram imóveis como quem assistisse à um filme. Gelo. É o calor do Brasil que faz com que as pessoas se apaixonem, a compaixão, o espírito rico do povo que luta e acredita que faz com que o Brasil tenha aquilo que todo mundo ama, mas ninguém sabe explicar.

Não, eu não sou uma pessoa super alto astral que nunca reclama e vê o lado bom de tudo nessa vida, eu reclamo, eu sou rabugenta muitas vezes, eu sou muito mais ranzinza que uma pessoa de 24 anos deveria ser, mas hoje eu estou especialmente feliz e absolutamente capaz de assistir o desagradável com bons olhos e resolvi compartilhar. Eu estou feliz e acho que é a felicidade o segredo de tudo, ela é capaz de alterar a ótica das pessoas sobre as coisas. É só ser feliz acima de tudo e o resto todo parece mais doce. Sem querer ser piegas, é isso mesmo. Pode ser que essa minha onda quase hippie acabe amanhã, então achei válido deixar aqui registrado nesse blog o dia em que nada me abalou.

E se você, em um mundo de leitores apenas de títulos e manchetes, leu até o fim, parabéns e muito obrigada.

Um ótimo fim de semana pra todo mundo!

Sessão de Terapia

Oi! Eu sempre fui apaixonada por séries e durante toda minha adolescência com mil horas livres, acompanhei dezenas de seriados do começo ao fim. Já faz alguns anos que isso não é mais possível, as responsabilidades vão aumentando e as horas livres ficando cada vez mais raras, mas é isso, são fases da vida e nem só de seriados alguém pode viver.

No entanto, eu queria compartilhar com vocês o único seriado que tenho visto e que estou apaixonada. É o Sessão de Terapia que é exibido pela GNT de segunda à sexta, às 22:30. Não consigo ver todos, mas nos fins de semana eles fazem um intensivão e exibem todos seguidamente. A série se passa dentro do consultório de Psicanálise do Doutor Theo e cada dia da semana é reservado para um paciente (na quinta são dois, Ana e João, terapia de casal) e na sexta o consultório é da Doutora Dora, que tem como paciente o próprio Theo que vive em crise com a sua esposa, suas pacientes e seu próprio eu.

Eu já assisti há uns 2 ou 3 anos a série “In Treatment” da HBO. Tanto o da HBO quanto o da GNT são versões da série israelense Be’Tipul que já teve adaptações em quase dez países, a nossa é dirigida pelo sensacional Selton Mello. A coisa é tão verdadeira e tão intensa que é difícil acreditar que é ficção. As atuações estão impecáveis, as histórias, os dramas, os medos, os desabafos, as angústias, as dúvidas e as interpretações de cada sessão são viciantes.

Assistam! 🙂

O bom da vida.

Lençóis brancos, velas, sorvete de menta, cheiro de livro novo, café, chá, iTunes, tênis, esmaltes vermelhos, cabelos escuros, sardas, travesseiro gelado, dias amanhecendo, feiras, frio, carros abrindo espaço para ambulâncias, cinema vazio, aromatizantes, Paris, cozinha arrumada, flores, fones de ouvido, canecas, cremes, sorine, língua francesa, abraço apertado, Macintosh, óculos, praia no inverno, shows em teatros, noites de sexta-feira, manhãs de domingo, croissant, chocolate, água mineral, fotografias, a risada do meu namorado, as mãos do meu pai, os pés da minha mãe, os olhos da minha irmã, família, cachorros, músicas com violões, cachecóis, cadernos, emagrecer, cartões, torta de maçã, feriados no meio da semana, livrarias, liquidação, beijo na testa, aeroportos, dar presentes, vento no rosto, rodovias, piscina em dias quentes, endorfina, trabalho reconhecido, sono até meio-dia, roupas novas, viagens, festas de fim de ano, crise de riso, edredons, google street view, chuva, caminhadas, suéters e moletons extra-grandes, downloads rápidos, havaianas, meias, banhos demorados, doce de leite, rímel, pés descalços, ad infinitum.

 

E tem gente que não é feliz.

Hello, november

Os meses vão passando e a gente vai vivendo eles, dias passam, semanas voam, meses acabam e a gente vai vivendo. Não sei se é só comigo ou se todo mundo sente um baque quando o mês vira 11. Novembro é sempre o mês do susto, susto por mais um ano já estar acabando, por ver que muitas das resoluções do ano-novo se perderam enquanto atravessavam as estações. É mês em que a gente fica se perguntando o que fez da vida nos dez meses que ficaram pra trás e você prometeu que seriam diferentes. É mês que você quer resolver todas as pendências possíveis e correr atrás dos dias que você viu passar sem fazer nada. Novembro é uma confusão mental, é um desespero. É uma mistura de nostalgia pelo que passou e ansiedade pelo que está por vir, é um mês reflexivo.

Nos últimos dez meses eu fiz muita coisa, eu fui promovida no trabalho duas vezes, eu mudei de cidade (acabando com uma distância que me matava), saí da aba dos meus pais, eu mudei de casa, eu assumi mais e maiores responsabilidades, eu evoluí aos olhos dos que defendem que a gente tá aí nesse mundo pra trabalhar, ganhar dinheiro, prosperar.  Ainda estou no começo da escada, mas alguns degraus já ficaram pra trás. E aí vem a minha consciência: será que evoluí mesmo?

Nesse ano, por causa dessa chamada “evolução”, eu senti que alguns dos meus valores ficaram de lado e isso é meio triste. Perdi contato com pessoas queridas, que eu penso quase todo dia, mas que já não sei mais como me reaproximar. E quanto mais o tempo passa, pior e mais difícil fica. Talvez pela minha vida de tantas mudanças, eu acabei desaprendendo a manter laços, eles sempre se desfazem sem que eu consiga evitar.

Há quem ache que dezembro é mês disso tudo, mas pra mim é novembro… Em dezembro a renovação já começa, o peito incha de um monte de sentimentos bons, transborda de esperança. A mente parece que se ilumina com as luzes de natal e os papais-noéis pelas ruas parecem nos ajudar a acreditar de novo em coisas que o tempo nos fez deixar de acreditar. As pessoas ficam mais bonitas, parece que sorriem mais, não sei se é ilusão minha por tanto amar os fins dos anos ou se isso realmente procede. O que sei é que dezembro é um mês mágico pra mim.

Em meio à minha reflexão toda de novembro e meus arrependimentos, fica a vontade de uma vida mais leve em 2013. Que eu aprenda a respirar fundo, que eu tenha sabedoria pra aceitar que algumas coisas eu não possa mudar. Que minha sede de dominar o mundo vá embora, que eu esqueça o que é ansiedade e que, com isso, enxaqueca e gastrite eu só ouça falar aos domingos com o Dráuzio Varella.

Pro novo ano, eu quero descobrir um caminho de volta para as minhas amigas, quero mais tempo pra minha família e uma cabeça menos cheia nas minhas horas livres. Quero mais horas livres. Quero ficar acordada até mais tarde com meu namorado, ser uma companhia mais agradável, não absorver os problemas de todo mundo, quero tomar café da manhã sentada e não mais no elevador. Acho que é isso, no ano em que eu completo 25 anos e chego onde eu sempre quis estar profissionalmente, antes de dinheiro e sucesso profissional, eu quero paz interna e quero aprender a viver a vida sem cobranças exageradas, sem problemas de sono e de estômago, quero mais música, mais livro, mais filme, mais amor, mais crises de riso, eu quero mais viver por mim e por quem me quer bem.

E você? O que vai fazer de diferente?