Dez dias depois…

Gente, tá corrido. Queria postar aqui, tenho algumas coisas em mente, mas preciso que sobre um tempinho. Ainda não esqueci daqui, tá? Pro instagram ainda tá sobrando tempo, então deixo aqui algumas que rolaram nesses dias… Espero voltar logo!

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Divagações de um sábado à noite…

19:37, um chá esfriando na minha frente, no som mais um menininho de voz bonita toca seu violão, os nomes já se confundem, não são nada demais. Eu olho pela janela, 19:38, a maioria das janelas estão apagadas, é sábado, nas próximas horas muitas das que ainda estão acesas também se apagarão. 19:39. Dois celulares no meu campo de visão, nenhum toca. A casa tá vazia, um boneco de filme de terror me faz companhia, 19:40, a saudade também. Eu ainda não me acostumei, sozinha em meio à selva de pedra, não me arrependo, só queria me sentir parte disso tudo. Algumas centenas de quilômetros, um pedaço do meu coração, milhares de quilômetros, a maior parte dele. 19:42, um gole do chá, eu não posso ligar. Que direito tenho de ser a ligação no meio do trabalho ou no sossego da praia de alguém? 19:43 e eu tento descobrir onde e quando foi que eu desaprendi a ficar sozinha, os minutos se arrastam, eu só quero que ele volte logo, não quero a casa só pra mim. 19:44, acho que o CD acabou, a noite recém começou. Preciso lavar a louça, arrumar o armário, acalmar o coração. Acho que eu virei a rainha do drama, 19:45, que horas começa o jornal? Eu até choro, me sinto besta, mal agradecida, tenho a impressão de estar soando sem sentido pra mim mesma, quem dirá pra quem me lê. 19:47 tem um cheiro estranho vindo da cozinha, é o pão de queijo no forno, acho que queimou. 19:48…

 

Tatuagens

Muita gente vem me pedindo pra eu postar sobre as minhas tatuagens e eu sempre me faço de louca e deixo passar… Seguinte, não me levem a mal, mas eu acho uma coisa super pessoal e prefiro não explorar muito elas, pode ser? Até porque tive péssimas experiências com tatuagens minhas copiadas e eu acho isso muito chato…

Tatuagem não é brincadeira, dói, custa caro e não sai com água. E esses três fatores são mais que suficientes pra você pensar BEM antes de resolver ir pra agulha. Minha primeira foi aos 16 anos, cedo DEMAIS, não sigam meu exemplo! Sou filha de uma apaixonada por tatuagem, minha mãe tem muitas, um braço fechado e com certeza já perdeu as contas, a paixão se estendeu pras filhas, eu e minha irmã também somos adeptas.

Eu sou uma péssima influência, se puder dar um conselho, o meu é: se quer fazer, faça. Faça, mas com consciência do que e de onde está fazendo. Eu já me arrependi do lugar de uma minha e às vezes resmungo quando está quente e preciso cobrir os braços no trabalho por causa delas. Sim, ainda existe preconceito em algumas áreas, isso tá fadado ao fim em, no máximo, duas décadas. Enquanto isso, se você não é da área de publicidade, design, moda, música (arte em geral), pensa um pouquinho no lugar e, depois que você já estiver rico, pode chutar o pau da barraca haha

Esse demonstrativo aí em cima, eu roubei desse site aqui, pra quem quiser já ir se preparando pras agulhadas. Tem lugares super tranquilos como a parte central das costas, já vi, inclusive, minha mãe pegar no sono em uma sessão de tatuagem. Já não posso dizer o mesmo da costela, foi uma dor cruel. Cruel, mas que todo mundo sempre quer sentir uma segunda vez, terceira, quarta…

Precisa pensar muito antes e pensar se você ainda vai gostar daquilo daqui uns anos. Queria saber o que todas as pessoas que estão tatuando triângulos nos pulsos vão dizer daqui uns anos… Que foi um acidente? Ou tem um sentido? Tente pensar em algo original, não precisa fazer igual a da menina que estuda com você e nem levar a foto daquela cantora pedindo uma igual. Não precisa fazer um coração no dedo e uma estrela no ombro. Escolhe algo que VOCÊ goste, simula com canetinha e, se achar que ficou legal, leva pra um tatuador.

 

A escolha do estudio é MUITO importante, precisa ser algum já com referência, precisa ter certeza de que os materiais são descartáveis, que a tinta é de boa qualidade. Não adianta querer pagar mais barato pra sair com a tatuagem que era pra ser preta, verde. É caro, se não deu pra fazer agora, espera mais um pouquinho, economiza mais uns trocados e vai em um profissional que não vai te deixar na mão.

E é isso, tatuagem a gente faz pra gente, não pros outros, é legal quando elogiam, mas se não gostarem, tá tudo certo. Então escolha bastante, pense, simule. Arrependimento de tatuagem deve ser horrível. Até dá pra tirar, mas é muuuito caro, dolorido e nunca vi uma que tenha saído 100%.

Enfim, gente, quis falar logo sobre o assunto porque bastante gente pediu. Desculpa não querer mostrar as minhas, mas acho que quem tem as suas de estimação, entende o porquê.

Bom fim de semana pra todo mundo :)))

Sobre moda!

Ao contrário do que vocês pensaram ao ver o título, eu só fiz esse post pra explicar porque eu quase nunca vou fazer um post sobre moda. Bom, sendo bem direta, como é que eu vou falar sobre moda nos dias atuais se eu acho tudo isso aqui embaixo horroroso?

1 – Não sei de onde apareceram tantas peças de roupa com a bandeira dos Estados Unidos, um país que não tem motivo nenhum pra ser idolatrado, salvo por filmes, músicas e o Ebay, não entendo porque as pessoas vestem a bandeira dos Estados Unidos e são incapazes de vestir uma do Brasil. Tudo errado.

2 – Tudo que tenho pra dizer do bustier é que nem se eu tivesse o corpo da Lana Del Rey e morasse no Caribe, eu usaria essa peça horrorosa que consegue ficar ainda mais medonha quando combinada com as tais das centropeitos hot pants

3 – Spikes, ok, eu acho eles uma graça. Tenho um short com eles, amo uma camisa da minha irmã com eles também, mas se depender dessa galera, daqui uns dias tão fazendo aplicação de spike até na mãe.

4 – Até hoje não entendi porque tá todo mundo amando o Big Bang, acho a coisa mais sem sentido do mundo usar essa estampa em tudo, sem falar que cansa a vista.

5 – Tem o coitado dos óculos espelhados que esqueci até de escrever na foto, mas era cafona até esses dias. Aí apareceu uma panicat no instagram bombando com os óculos e agora todo mundo usa, é mais ou menos isso, não é? Feio.

6 – O coletinho ali é pra falar da moda tie-dye que alguma mãe hippie deve ter explicado pra filha o quão fácil é fazer isso numa camiseta velha e agora são tênis, shorts, camisas, camisetas, vestidos com a estampa hiponga, ok, não é feio, mas pra variar, as pessoas exageram.

7 – Candy colors, não consigo. Acho agoniante ir em um shopping e ver 8342 meninas parecendo algodões doces ambulantes, pra variar, o erro tá na dose.

8 – Mullet Skirt, prefiro não comentar. Essa saia é forçar muito a barra, não dá pra engolir.

9 – Me expliquem o sentido de tirar tecido debaixo e deixar a bunda aparecer pra colocar em cima pra segurar os peitos. Não tem explicação, né? Foi o que eu imaginei…

Claro que tem coisas que acho legais, mas acho sempre só no começo, porque as pessoas são muito sem limites e colocam todas as tendências de uma só vez ao mesmo tempo, dos pés a cabeça e não colocam nem um detalhezinho de si mesmas. O resultado é a impressão de produção em série, parece que tá todo mundo desfilando as roupas de uma mesma loja.

Sem falar que eu sou sem graça, 95% do meu guarda-roupa é feito de peças brancas, pretas, cinzas e marrons, não uso salto, não gosto de esmalte diferente e não leio a Vogue. Não sou referência pra ninguém e nem minha opinião sobre moda deve ser levada em consideração.

Beijos e se você é adepta de alguma das tendências, não se ofenda, não quis ofender. Eu acho tudo certo usar, mas tem que saber dosar.

Amor > Distância ❤

Muita gente já me pediu pra postar aqui como meu namoro começou, qual a história com meu namorado. Eu tô adorando essa coisa toda de blog, mas tem coisas que eu julgo bastante pessoais e prefiro guardar pra mim (mais ou menos o mesmo discurso se aplica pras minhas tatuagens, que é outro tema bem sugerido, mas fica pra outro post).

A razão pela qual eu acho que me pedem tanto esse tema, é porque todo mundo sabe que enfrentei um namoro à distância por longos 9 meses, toda uma gestação encarando a tortura da distância e do lado esquerdo da cama vazio. Então vou explorar um pouquinho esse tema e dar meu depoimento sobre a maldita distância: eu sobrevivi!

Não, não é um mar de rosas, não parece em nada com os filmes da Hilary Duff , não é fácil, dói e custa caro. Só se tiver muito amor, respeito, admiração e vontade é que pode dar certo, é preciso estar certo e ciente de todos os contras dessa “modalidade” de relacionamento.

Tem que estar preparado pra ficar o domingo chorando, pra passar o sábado à noite em casa no Skype, tem que estar preparado pra ir naquela festa da empresa sozinho, disposto a recusar convites, disposto a gastar seu dinheiro em passagens e contas de telefone. Tem que estar disposto à enfrentar as tempestades em copos d’água, toda discussão ganha força com a distância, pelo desespero, pela dúvida, pela falta do contato visual. Tem que aplicar um filtro no ouvido pra não se abalar com toda a humanidade dizendo que namoro à distância não funciona, que você vai ser traído, que é mais fácil namorar alguém que está perto. É por isso que falo que é preciso que você esteja MUITO certo pra não cair na ladainha dos que não sabem amar.

Vocês devem estar me achando uma chata-ranzinza que só reclama. Não é isso, quero só que os que nunca viveram isso não achem que tudo são flores e que só a parte romântica dos contos de fadas existe. Pela quantidade de dificuldades que existem, acho que dá pra imaginar que só encarei porque as vantagens conseguem ser ainda maiores, né? Pra mim foram porque antes do primeiro beijo, eu já amava e eu já era amada. Já era amor antes de ser, então toda a certeza que enchia o peito, foi combustível pra dar certo.

Com a distância, os encontros ficam mais intensos, você não quer perder tempo com discussões bestas, você quer andar de mãos dadas, tomar sorvete, tirar fotos, virar a noite conversando de pernas pro ar. Depois de experimentar o amargo a distância, os momentos de presença ficam infinitamente mais doces. Sabe quando dizem que você só dá valor às coisas depois que perde? Namorar à distância é aprender a dar esse mesmo valor sem ter que perder.

Minhas dicas são , baixe o skype, troquem para a mesma operadora de celular, aproveitem as promoções de passagens, deixem o egoísmo de lado, aprenda a pensar pelo outro e tenha a certeza de que o outro pensa por você e os dois sempre estarão em sintonia. Mande cartas, escreva mesmo, mande presentes pelo correio, mande telegramas (sim, eu mandava telegramas). Não ligue se seus amigos dizem que você não desgruda o celular na hora do almoço, não crie caso por besteiras, a situação já é delicada demais pra isso. Esteja preparado para abrir mão de algumas vontades suas, mas alegre-se com todo um mundo novo que te é apresentado, é o mundo do amor, da cumplicidade, e é doce.

Aprenda a andar com a saudade à tiracolo, tire proveito dela, não sinta vergonha de acordar às três horas da manhã sem ar de tanto lugar que a falta ocupa. Não reclame se tiver que passar a noite toda viajando pra depois ir direto ao trabalho se isso foi pra passar o fim de semana com quem está longe. Amar é se doar e amar à distância é se doar mais ainda. Respeite e tente entender se a outra pessoa precisar que você faça um relatório sobre sua ida ao supermercado que demorou um pouquinho mais, ela tem todo o direito de se sentir insegura vez ou outra por estar longe dos seus olhos.

Esteja preparado pra parecer ridículo, pra soar sonhador e ingênuo aos olhos dos outros. Aliás, o que você parece aos olhos dos outros, é problema só dos outros. Só quem ama sabe e entende os motivos. Se um dia você encontrar alguém que faz o coração saltitar, não deixe que ele diminua o passo ao descobrir que existem alguns quilômetros entre vocês. Eu encarei essa coisa da distância e, por ele, encararia uma dúzia de vezes de novo.

Uma dica? Trace uma meta, estipulem uma data pra distância acabar. Não precisa ser amanhã, não precisa ser no verão. Pode ser quando a faculdade acabar, quando você for promovido, quando seu pai deixar, quando você tiver dinheiro, mas sonhem e acreditem. Você conseguir visualizar, ainda que lá longe, o dia em que vocês vão estar perto, ajuda (e muito) a não desanimar, a não pensar em desistir, a encarar todos os contras por saber que os prós da presença são infinitamente maiores.

Eu sou a favor do amor e, depois da minha experiência, de encontrar um amor (de encontrar O amor) a 600km da minha casa, eu aconselho a todo mundo que encare e que pare de ver o bicho de sete cabeças que os mal amados enxergam na distância. Se você souber aproveitar as vantagens dela, você vai se juntar ao meu time e levantar a bandeira junto comigo. Em um mundo em que o amor está cada vez mais raro e em um mundo cheio de meios de transporte e de comunicação, deveria ser crime fugir de um amor por causa da sua localização geográfica.

ps: as imagens são todas do tumblr.

900 é o número.

OK, cada um faz o que quer com o seu dinheiro. OK, essa é uma democracia. OK, ninguém é obrigado a ir em lugar nenhum ou a comprar coisa alguma. OK, cada um no seu quadrado. OK, OK, OK e OK.

Tudo certo, deixando o papo do livre arbítrio de lado, preciso falar. Hoje foi anunciado o valor do ingresso para os 3 dias do festival Lollapalooza, o passe para todos os dias sai a bagatela de R$ 900,00 e a notícia gerou o maior frisson no twitter!

Gente, novecentos reais em três dias de show em um país que tem um salário mínimo de R$ 622,00 é muito difícil de engolir. O post aqui não é pra convencer ninguém de nada, só mesmo pra desabafar, já que os 140 caracteres do twitter não são suficientes.

Acho triste porque é uma grana em que metade dos que vão desembolsar, não trabalha e não tira do próprio bolso, o que dificulta (e muito) a educação financeira do país, uma vez que estes que pegam mil reais dos pais pra ir em um show que nem vão conseguir ver, são os mesmos que amanhã vão estar gastando todo o seu salário em uma bolsa, em um sapato, em nada. Os mesmos que vão abrir crediários pra trocar a geladeira nova por uma mais nova, os que vão pegar empréstimos bancários pra trocar o carro por um 2 anos mais novo. Os mesmos que vão estar presos em uma bola de neve cheia de cifrões e extratos negativos.

Drama? Pode ser. E que seja. O que eu não entendo é a leviandade com que se trata o assunto. Gente, NOVECENTOS REAIS. Novecentos mais o transporte, a alimentação, a roupa da moda nova pra desfilar. Sem falar os milhares que vão vir de fora com hotel, transporte mais caro ainda e tudo o mais. No total, o desembolso é de muito mais de mil reais.

Não tô aqui pra julgar ninguém e concordo que cada um faz o que quiser com o seu dinheiro, mas isso não me impede de achar triste o que cada um quer fazer com o seu dinheiro. Acho tudo super hipócrita porque esses que vão estar fazendo plantão na internet nessa madrugada para garantir seus ingressos, são os mesmos que amanhã vão estar colocando foto de fome na África no Facebook com uma carinha de choro e comentando no twitter como é cruel a condição de vida dos pobres favelados que têm seus barracos incendiados. É a hipocrisia que incomoda.

Quanto às bandas? Realmente muito bem escolhidas, assim como foram as do último, mas a falta de noção foi a grande atração dessa edição.

Tiago Iorc, o John Mayer brasileiro.

Nesse fim de semana, passeando pelos canais, caí no programa do Danilo Gentili. Eu não suporto ele e se naquele exato momento, ele não estivesse anunciando o convidado, eu teria mudado de canal.

O convidado era o Tiago Iorc, um cantor e compositor brasileiro de 26 anos que em 2007 fez um super sucesso  no Japão (é, no Japão) e que, apesar de já ter tido músicas em trilhas sonoras de novelas e filmes nacionais, é pouco conhecido aqui no Brasil. Talvez por não cantar sertanejo cantar só em inglês, a popularização tenha ficado mais complicada. Conheci o som dele em 2007 mesmo, a primeira música que ouvi foi Nothing But a Song e se não fosse pelo nome brasileiríssimo, eu nunca desconfiaria que era produto nacional. Sei que ele costuma tocar bastante em Curitiba, onde mora, nada muito grandioso, nada muito intenso.

Um dos highlights dele, é a versão de My Girl (The Temptations) que ele fez (uma das primeiras músicas que ouvi dele):

O título de John Mayer brasileiro não é só meu, é de todo mundo que conhece os dois. O violão e voz suave com letras bonitinhas tornam inevitável a comparação. Ele tem dois CDs, o Let Yourself In e o Umbilical. Nesse segundo, o destaque vai pra Story of a Man, que é linda, fala sobre perder tempo demais julgando, falando, procurando o que nem perdeu, falando de si mesmo, olhando pra si mesmo, ao invés de passar mais tempo apenas fluindo, amando, ouvindo, respeitando e, simplesmente, vivendo.

Olha, eu não sei se ele tem alguma influência sobre a linha dele e coisa e tal ou se ele é muito bem assessorado, mas os produtos são muito bacanas, são de ótimo gosto e são sensíveis, se é que um produto pode ser sensível. A letra letra dessa última música virou até uma linha de canecas que estão à venda na loja virtual dele:

A única vez que o vi cantando em português, foi um cover muito bem escolhido de Los Hermanos, pra quiser checar, tá aqui embaixo também:

Enfim, a dica musical de hoje é essa. É uma pena que o Brasil não seja uma democracia no quesito musical, a gente tem muita coisa de qualidade por aqui, mas infelizmente, as rádios e todos os outros meios de comunicação estão engessados em dois ou três gêneros musicais, o que impede a popularização dessa gente boa… Vou tentar adotar o tema e voltar mais vezes com as dicas. E eu super aceito receber nos comentários também.

Beijo e bom outubro pra vocês!