Amiga, me desculpa, eu não sabia

O casamento da minha amiga. Uma casa cheia de amigos pra comemorar! 1 ano e 4 meses do primeiro filho de uma das minhas amigas. A segunda a ter filho em uma casa cheia de adultos curtindo a vida sem filhos e sem saber o que era ter um filho. Festa, bebida, pizzada, violão, churrasco, casamento, dança! Minha amiga tinha um filho de 1 ano e 4 meses. Ela estava lá, dando pé, feliz por estar em um momento tão especial com a gente, mas hoje eu sei que a banda que tocava pra ela não era a mesma que tocava pra gente. Eu lembro de vê-la no pé da cama chorando de exaustão. Morro de arrependimento de não a ter acolhido como ela precisava e merecia, mas eu me perdoo, eu não tinha a menor ideia da profundeza dos sentimentos dela. Eu não tinha a menor ideia. 

Éramos madrinhas, todas foram se arrumar juntas no local do casamento, mas como fazer isso com um bebê, né? Ela ia depois, decidi que iria depois com ela. A casa vazia, ela disse que estava mal porque estava com o rosto muito abatido de cansaço, lemos na internet que enfiar a cara numa bacia de água gelada com gelo ajudava. Enchemos duas. Enfiamos a cara. Por que eu enfiei também? Não sei, definitivamente eu não estava cansada como ela. Ela vestiu a roupa igual a de todas as madrinhas, o sorriso mais bonito e foi com a gente.

Posou pra fotos, dançou horrores e mais tarde chorou de novo, mas de emoção, de alívio, de gratidão… não sei, mas era um choro bonito. O filho dela tava no meio de uma roda de amigos, a gente cantava e dançava Beatles e o filho dela também. Os afetos dela em volta daquele pingo de gente que tinha acabado de aprender a andar jogando uma enxurrada de amor. Todo mundo ria praquele serzinho pequeno, ela chorava e sorria ao mesmo tempo. Eu hoje acho que entendo que era um choro de orgulho dele, sim, por já ser uma pessoa sociável que participa dos momentos, mas orgulho também da própria jornada.

Ela estava ali, mesmo querendo deitar por 5 dias sem interrupção. Ela tava na festa e tinha que pensar na soneca dele, na alimentação, na hora de ir pra casa, no calor, na fralda… onde eu tava quando ela precisava equilibrar esses pratos todos? Dançando com um copo de bebida na mão, talvez cantando Hey Jude? 

O casamento acabou cedo, a noite foi de pizza, cantoria e madrugada adentro. EU SEI que ela precisava de todo e qualquer minuto de sono, mas ela colocou o filho pra dormir e foi ao nosso encontro. Ela também precisava de si mesma, precisava pertencer. Quanto tempo minha amiga se sentiu deslocada, inapropriada ou desajustada quando olhava nossa vida social com um bebê nos braços? Sempre fui fã dessa minha amiga, hoje sou ainda mais, que bonito foi presenciar aquela sede de viver, de se redescobrir, de ser mãe e ainda mulher. Amiga, me desculpa, eu não tinha a menor ideia das profundezas daqueles seus sentimentos. Me orgulho muito de você, você me inspira a ser uma mãe melhor e uma mulher mais dona de mim.

(sobre ela, no dia do casamento dela)

Morrer é escroto

To-da vez que eu sou impactada pela notícia da morte de alguém, eu fico muito brava. Antes de ficar triste, fico brava. Como assim morreu??? A pessoa nem buscou a roupa na lavanderia, tinha deixado a pizza de ontem na geladeira pra comer na volta, teria apresentação na escola do filho semana que vem. Como assim morreu??? Mandou um “depois te ligo” ao recusar a ligação do melhor amigo, ficou de levar a sobremesa pro almoço de família no domingo na casa dos pais. Pra que mandou os documentos do imposto de renda, pagou todas as contas no último dia 5 e não faltou nenhum dia na academia essa semana? Morrer tinha que ter hora marcada, pra dar tempo de dizer quem fica com a coleção de carrinhos e quem fica com os discos, pras pessoas saberem que o que não foi dito precisa ser dito até sexta-feira, 15h34, caso contrário vai ficar pra outro plano ou outra vida. Tinha que ter hora marcada pra saber a hora de pedir demissão e parar de adiar encontros e coisas que fazem o coração bater mais rápido. Dane-se o emprego que só serve pra pagar contas, se a gente souber quais serão as últimas contas a serem pagas, a gente organiza melhor isso aí. Se a gente souber quando os nossos se vão, a gente ajusta o calendário, tenta deixar aquela semana livre, tenta adiantar a data do casamento, faz uma festa de arromba 15 dias antes pra garantir que o estoque de lembranças vai estar bem farto quando não der mais pra criar nenhuma nova.

Aí sempre tem alguém pra dizer “viva todo dia como se fosse o último” como remédio pra essa sensação de frustração quando o último dia chega sem aviso, mas meus amigos, não dá pra viver todo dia se fosse o último. Se meu último dia fosse semana que vem, eu não pagaria mais nenhuma conta, largaria o emprego, ignoraria os prazos, tiraria dois dias pra falar pra todo mundo o quanto amo, desligaria despertador, meu filho ficaria até lá sem ir pra aula pra eu ficar cheirando ele dia e noite, compraria passagens só de ida, não lavaria a louça nem a roupa, passaria tudo no débito. Como é que pode ser possível viver todo dia como se fosse o último se a gente vive nessa eterna lista de afazeres tentando dar check no máximo de coisas pra não acumular no dia seguinte? Não dá pra viver como se fosse o último dia enquanto a gente estende a roupa no varal, faz o almoço, emenda uma reunião na outra e tem que parar pra fazer a contabilidade do mês.

A gente pode sim tentar não demorar tanto pra fazer o que ama, falar o que quer e sente pros nossos afetos, tirar o melhor proveito dessa vida, mas a gente não tem como viver todo dia como se fosse o último, o sistema não deixa e se todo mundo entrar nessa dinâmica, o caos se instala, a praia lota, não aparece ninguém pra trabalhar, as passagens acabam, ninguém se organiza. Por isso a gente deveria ter data de nascimento e de morte, acho sim, aí o cronograma a gente ajustava bonitinho. “Po, você só vai morrer daqui 29 anos, fulano morre mês que vem, não vou na sua festa, tá? Depois a gente marca, agora preciso ir com ele na cachoeira que íamos quando crianças”. Fácil? Não seria fácil, mas a gente deixaria menos pontas soltas por aí e o arrependimento bateria menos.

“Hariana, aceita, morrer é parte da vida, natural, nossa única certeza”. Ok, pode ser, mas ainda assim, morrer é escroto.

Um ano e meio depois

autorretrato, 2021.

Setembro de 2019 foi a última vez que apareci por aqui. 2020 inteiro aconteceu, uma pandemia se instalou, uma gestação inteira eu vivi, mãe eu me tornei e agora, já no segundo trimestre de 2021 me deu uma vontade imensa de reviver esse blog. Vontade grande de atualizar a forma com que me relaciono com o compartilhar na internet e morri de saudade de um post sem limites de caracteres e sem limites de fotos.

Quero reviver esse lugar pra falar o tanto que eu quiser e postar quantas fotos eu quiser. E misturar foto e vídeo e música e citação. E aprofundar… se alguém vai ler? Não sei. Provavelmente 2 ou 3 pessoas, mas vou ressuscitar esse lugar aqui que sempre foi feito por mim com muito amor sem me importar se alguém estava vendo porque era sobre deixar registrado em imagens ou textos o que tem dentro de mim. E o melhor, sempre precisar mandar relatório de números. Like aqui não tem relevância, tá mais pra conteúdo de relevância sem like.

O que esperar desse espaço daqui pra frente? Não sei, vamos descobrir juntos.

a arte de ser mais ou menos

Quase 32 anos me sentindo mais ou menos. Ah, é isso… uma amiga mais ou menos, uma namorada mais ou menos, uma aluna mais ou menos, uma filha mais ou menos, uma profissional mais ou menos, uma irmã mais ou menos, uma chefe, mais ou menos, um ser humano mais ou menos que faz coisas mais ou menos.  E o que é doido: quase orgulhosa por ser mais ou menos, porque em um mundo de tanta tanta gente menos, não preciso ser mais! Mais ou menos resolve, passa na média.

Nunca fui a mais feia da escola, mas muuuito longe de ser a mais bonita, era a mais ou menos. Sempre entreguei meus trabalhos, mas sempre com aquela sensação de que entreguei mais ou menos. Não sou super engraçada, mas tenho lá meu senso de humor… mais ou menos engraçada. Na hora de me vestir, não sou cafona, mas não sou estilosa, sou mais ou menos. Nem alta ou baixa eu sou… nem magra ou gorda, nem meu olho é claro ou escuro. É tudo mais ou menos mesmo. Tenho um gosto mais ou menos bom, sou mais ou menos legal, sou mais ou menos uma boa companhia. Sou mais ou menos organizada, tirei notas mais ou menos na escola e na faculdade, entrego mais ou menos bons projetos. Longe de ser medíocre, mas nada perto de ser brilhante.

ilustração: Liza Rusalskaya

Vivi confortavelmente até aqui sendo essa coisa nada demais, mas me preocupando com a hora que vou me encher o saco e querer desesperadamente ser incrível em algo. Sabe? Uma sensação de que eu fui sensacional em algum momento. Esse sentimento de ser mediana hoje não é um problema, é um lugar confortável e que me permite observar… e mudar. Quando uma pessoa mais ou menos muda, ninguém se choca, é ótimo! E eu não preciso explicar muita coisa pra ninguém. Eu gosto desse lugar, mesmo! Por enquanto eu gosto. Nele eu não surpreendo muita gente, verdade, mas eu também não decepciono. É aqui no meio termo que eu vou vendo onde queria ser melhor e vou tentando. Tentando ver o copo meio cheio aqui: quem é nota 7, tem várias chances de melhorar. Quem é nota 10 só pode piorar.

Claro, muitas vezes na minha vida encontrei pessoas na vida pessoal ou profissional que me disseram que fui incrível. Discordei convicta! Essas pessoas estavam erradas, eu só tinha sido mais ou menos. De novo. Muita dificuldade em receber um elogio que me tirasse da média. A vida toda. Passei também por momentos em que disseram que fui ruim em algo que eu me achava mais ou menos? Sim também. Discordei também. Poxa, ruim não… eu fui só mais ou menos.

Eu não tô reclamando, nem pedindo elogios. Eu reconheço várias das minhas qualidades e dos meus defeitos, tá tudo bem quanto a isso. Não sou uma sabotadora de mim mesma, eu só tô aqui transitando livremente entre o patético e o impressionante e sendo o que eu quiser. Quase sempre longe dos holofotes porque as pessoas gostam mesmo é de falar da vida de gente escrota e de gente foda, ninguém perde tempo comentando vida de gente mais ou menos. A liberdade do mais ou menos é maravilhosa e eu aproveito ao máximo! Vou, volto, insisto, desisto, mudo, ouso, fico, questiono, melhoro, pioro e vou caminhando pra onde eu quero ir, se é que eu sei pra onde quero ir.

Um dia eu devo acordar com a sensação de ter sido ou feito algo incrível, mas enquanto isso… sigo no conforto de ser incrivelmente mais ou menos.

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Como recuperar sua autoestima

Eu separei esse assunto em das partes porque eu queria deixar de fora da discussão a questão estética. Quantas vezes você não viu uma pessoa evidentemente muito bonita se queixando de uma baixa autoestima? Tenho certeza que muitas e que muito provavelmente você achou que era papo furado… afinal, como ela pode estar se sentindo mal com ela mesma se ela é tão linda?

O que acontece é que gostar de si mesmo não é físico, é muito mais profundo com isso. Uma baixa autoestima é fruto de muita insegurança. E essa insegurança faz com que a pessoa se coloque em situações que só agravam ainda mais e esses sentimentos de fraqueza, insegurança, frustração e desamor só aumentam em um eterno círculo vicioso.

Acredito que a chave de uma boa autoestima seja a autoconfiança. E muitas vezes a gente já está tão afundado na insegurança que parecer ser impossível recuperar a fé e o amor por si mesmo, né? Mas só parece… esse é só mais um truque da mente. É imprescindível que se trabalhe isso internamente o quanto antes porque nossa autoestima baixa faz com que a gente aceite relacionamentos abusivos, empregos que nos exploram, situações que nos violentam e amizades tóxicas simplesmente porque acreditamos que a gente merece aquela porcaria toda… a gente se ama tão pouco que não imagina que a gente merece só coisas boas. A baixa autoestima faz com que a gente não se arrisque em oportunidades promissoras por medo de falhar, faz com que a gente fique eternamente numa falsa zona de conforto que de confortável não tem nada. É só uma zona de definhamento, onde nada de bom vai acontecer e a gente só vai ficar com pena de si mesmo.

87ff06c0ff30cb1db932cdfd6896501eRecuperar a confiança em si mesmo não é uma coisa que acontece de repente ou da noite por dia. São pequenas conquistas e pequenos exercícios diários. Algumas coisas me ajudam e me ajudaram até aqui e eu quero dividir com vocês… a primeira dica que eu daria: desafie-se. Não comece com algo grande, a soma de pequenas conquistas tem um poder transformador. Coloque pequenas metas… pode ser ler 20 páginas de um livro por dia, passar 2 dias sem comer chocolate, acordar meia hora mais cedo por uma semana, ir para a academia 3x por semana, visitar um parente diferente por semana durante dois meses.  Essas pequenas metas, conforme você for concluindo, vão te fazer recuperar um pouco da confiança em si e vão te ajudar a deixar de lado a autossabotagem. Quando tiver recuperado um pouco da sua fé em si, desafie-se de verdade a algo maior. Vencer medos! O medo de dirigir, o medo de altura, de água… isso pode ser transformador.

Diariamente, ao acordar, se olhe profundamente no espelho, dentro dos seus olhos… não deixe que os olhos desviem para o que você julga ser defeito. Olhe no fundo dos olhos e repita palavras de amor, de motivação… ou até mesmo elogios! Elogie-se, parabenize-se. Diga o quanto você pode ser incrível, enalteça suas qualidades, lembre de tudo que já conquistou até aqui.

Pratique um esporte. Eu posso dizer que minha autoestima é dividida em duas partes: antes e depois de correr uma maratona. Correr 42km teve um efeito na minha mente e na minha percepção sobre mim mesma que nunca mais se apagou. Eu mudei definitivamente. O esporte é uma arma poderosíssima para recuperar sua confiança porque quando você começa qualquer esporte, você inevitavelmente vai ser ruim, mas conforme vai treinando, sua evolução vai ficando evidente e isso se transforma em um poderoso sentimento de superação.

Elogie pessoas e ajude pessoas. Conhecidos ou desconhecidos. Colegas ou amigos. Qualquer pessoa… quando você ajuda um cego a atravessar a rua, quando carrega uma sacola de compras de uma idosa com dificuldades, quando não corre pra fechar a porta do elevador quando o vizinho chega, quando dá bom dia no elevador, quando elogia a roupa de um colega de trabalho que não tem contato, quando oferece o lugar pra sentar no ônibus, quando ajuda uma pessoa que não está passando bem, quando divide um prato de comida com quem tem fome, você está fazendo a diferença na vida dessa pessoa. E perceber que uma atitude sua teve um impacto positivo na vida de uma outra pessoa faz com que um profundo sentimento de realização tome conta de você e isso acaba virando um vício! Ajudar o outro faz bem pro outro e 3 vezes melhor pra gente mesmo. Reconhecer-se importante no dia ou na vida de alguém faz com que a gente se sinta muito melhor com a gente mesmo.

Tome pequenas decisões. Abandone um pouco a mania de dizer “tanto faz” ou “você que sabe”. Entenda que suas vontades têm valor e também precisam ser ouvidas. Quando estiver com outra pessoa, passe a de vez em quanto escolher a música, o que vão comer, o filme que vão assistir, o lugar onde vão passear. Quando você decide algo, por menor que seja, e o outro aceita, você aos poucos vai entender que o que você quer e pensa também tem valor.

Experimente também discordar. Quantas vezes você não aceitou uma situação ou uma opinião de outra pessoa calado sem coragem de usar a própria voz? Experimente discordar, não precisa começar com uma grande polêmica, mas se você não gostou de um determinado filme que todo mundo gostou, por exemplo, exponha seu ponto. Você vai ver que você vai se sentir muito bem por não ter concordado com algo que não queria.

É preciso que a gente enxergue valor em quem a gente é, no que a gente pensa, no que a gente faz e no que a gente fala. Quando desrespeitamos quem nós somos na esperança de agradar os outros, nós nos diminuímos e damos carta branca pra que as outras pessoas nos tratem com o mesmo desrespeito e falta de amor que nos tratamos. É como muito bem disse Rupi Kaur uma vez: como a gente se ama que a gente ensina o outro a nos amar.

Eu sei que o processo pode ser difícil e lento, mas é preciso que a gente se esforce a fazer pequenos avanços dia após dia. O que era muito difícil no começo, vai ficando mais natural com o passar do tempo. Experimente!

E se você que tá lendo tiver alguma outra coisa pra acrescentar nesse processo muitas vezes difícil, divide aqui nos comentários. ❤

E como no último texto, também tem a versão em vídeo pra quem é de vídeo.

 

Um beijo!

Hari

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O Corpo e a Autoestima

Que a pressão pra que a gente se encaixe nos padrões existe e é extremamente nociva, todo mundo já sabe… mas existe um novo tipo de pressão que tem aparecido que é preciso estar muito atento.

Muitas pessoas na internet estão levantando a bandeira da autoestima e isso é lindo, corajoso, válido e extremamente necessário, mas é preciso muito cuidado e muita responsabilidade na hora de nos  posicionarmos, pois transferir a pressão de se encaixar num padrão para a pressão de se amar a todo custo não ajuda em muita coisa. Cada pessoa tem seu tempo e suas questões, não existe um botão onde se aperta e tudo muda!

selflove

ilustração: Malota

Na minha luta por uma autoestima um pouco melhor, eu passei por muitas fases e hoje acho que estou muito melhor do que jamais estive, mas ainda existe um caminho a se percorrer e o exercício é diário, mas existe uma coisa que eu entendi que mudou todo o meu processo. Por muito tempo acreditei que pessoas com autoestima alta eram pessoas que amavam tudo sobre si… amavam o que julgavam feio em si. O feio e o bonito são conceitos muito subjetivos, o que julgo feio em mim pode ser justamente o que alguém vê de bonito em mim, mas aqui é tudo sobre como a gente enxerga a gente mesmo.

Eu via aquelas mulheres super bem resolvidas de repente amando cada aspecto sobre si e me frustrava porque por mais que eu me tratasse com muito amor e respeito, eu continuava não gostando das minhas pernas, meus cabelos brancos, meus pneuzinhos… por que só eu não conseguia amar cada centímetro do meu corpo? E um belo dia eu entendi que eu estava fazendo tudo errado, tentando chegar naquele estágio de autoestima de forma totalmente errada. Eu entendi que não era nada disso!

Pra mim, o segredo é ter total consciência do que não gosto em mim e entender que é muito ingênuo eu achar que todos os meus “defeitos” precisam ser corrigidos. Que crueldade comigo mesma eu achar que eu não podia ter defeitos. Quem sou eu pra não ter defeitos… essa pessoa sequer existe! Por que eu seria a única? E aí eu fui fazendo as pazes comigo e tirando essa pressão das minhas costas. Ainda não acho minhas pernas bonitas e nem várias outras coisas do meu corpo, mas isso é tão natural quanto respirar. Decidi que isso não me define, que são parte de quem sou e que algumas coisas feias não me fazem uma pessoa feia ou pior. Entender isso mudou tudo pra mim! Não tenho mais a ingenuidade de achar que preciso achar tudo lindo.

Somado a isso, abandonei (dentro do possível) a mania de comparação. A gente é bombardeado o tempo todo e em todos os lugares com imagens de corpos perfeitos e diferentes dos nossos e ficamos querer pra gente corpos que já pertencem a outras pessoas, ignorando completamente que cada um de nós é uma combinação genética única e exclusiva no mundo. Nenhuma dieta vai me transformar na Gisele Bündchen e nenhum treino vai me transformar na Sabrina Sato… aqueles corpos são delas e o meu é o meu. Ninguém é igual a ninguém e eu preciso aceitar que preciso tentar transformar meu corpo dentro do possível e da realidade que me foi dada e dentro das minhas limitações. A comparação é o caminho mais curto pra frustração.

O exercício pra que o corpo não seja alvo do nosso ódio é diário. É importante que durante o processo a gente não permita que nossas insatisfações com o corpo não nos impeçam de viver a vida que é tão curta… nunca seremos tão jovens quanto somos hoje! Coloque o biquini, vá à praia, pule na piscina, saia pra dançar quando a acne aparecer, não recuse convites por nenhum quilo a mais. Não deixe de viver, absolutamente ninguém repara nos seus “defeitos” da mesma forma que você, não se cobre tanto.

Estar em paz com o corpo acredito ser a primeira etapa pra que se atinja, de fato, uma autoestima boa… muitas pessoas acreditam que o corpo é o que rege a autoaceitação, mas não se iludam, essa é só uma parte que nem é tão grande assim, mas justamente por essa confusão é que cada vez mais vemos pessoas com ódio de si mesmas. Vou fazer um segundo post falando sobre a autoestima depois da paz com o corpo. Um dia tudo cai, tudo murcha, tudo enruga… e o amor que sentimos por nós mesmos não pode se abalar por isso.

Espero que vocês consigam abrir a mente e entender essas duas coisas:

1. querer não ter “defeito” é querer ser perfeito e isso é muita pretensão de qualquer pessoa.
2. a comparação tem um efeito devastador e é o caminho mais curto pra frustração.

Semana que vem a gente conversa um pouquinho mais sobre isso!

Um beijo,

Hari

esse texto é uma versão escrita do que tentei falar ontem no YouTube. Então tem texto pra quem é de texto e vídeo pra quem é de vídeo .<3

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Somos mesmo tão diferentes assim?

Gente, vamos falar um negocinho aqui RAPIDÃO?

 

Existem poucas certezas nessa vida… uma é que todos vamos morrer, outras duas é que pagaremos muito imposto na vida e que todo ano teremos discursos de ódio contra pessoas que assistem Big Brother Brasil. Eu, Hariana, não gosto de Big Brother, não tenho paciência… confesso que não entendo muito quem fica alucinado pelo reality, mas é preciso muito cuidado ao expor opinião sobre o tema. Por quê? Bom, porque eu sigo na internet um monte de gente que não conheço, assisto os stories das pessoas que nunca vi fazendo vários nadas e minha vida em nada é impactada por esse “entretenimento”.

Acho que é importante olhar pra si antes de julgar e diminuir o outro. Muitas vezes fazemos coisas muito similares às coisas que recriminamos no outro. Não existe muita diferença entre BBB e seu feed cheio de desconhecidos. Enquanto uns ficam horas vendo os confinados na casa, você pode estar há horas stalkeando até a tia da irmã da amiga do amigo do primo daquela pessoa que você nunca viu. Você vê diferença na relevância do conteúdo que estão consumindo? Eu não.

Mesma coisa com novela. EU não tenho o hábito de assistir, mas quando volto correndo pra casa do trabalho pra ver o próximo episódio daquela série que tô acompanhando, eu estou fazendo mesma coisa que quem não perde um capítulo da novela das 9 faz. A gente precisa deixar de ser presunçoso e achar que nossas preferências fazem da gente seres superiores. Não adianta nada xingar quem ouve funk incentivando a desvalorização da mulher, se tá sempre dando ibope pra rap americano misógino.

E assim vai… é assim com política, com religião, com futebol. Não adianta dizer que flamenguista é marginal se o você que torce pro Palmeiras não considera as brigas em que a sua torcida também mata. Não adianta julgar o evangélico, se você católico está abrindo mão de coisas em detrimento de sua crença também. Não adianta gritar com o cara da direita que tá defendendo o político tucano, se você não consegue enxergar o que o político da esquerda está fazendo e o defende.

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É tanta energia que se perde julgando os outros e suas escolhas, né? Se a gente usasse metade dessa energia pra fazer uma autocrítica diária, o mundo estaria menos hostil. A gente é cheio de julgar o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é ruim, o que é inteligente e o que é burro, o que é relevante e o que é fútil… mas é cheio de julgar somente no outro, sem fazer o menor esforço pra fazer uma comparação breve pra ver se, por acaso, o que achamos pequeno no outro não é o que também nos diminui.

É preciso muito cuidado ao julgarmos nossas escolhas como melhores. É preciso diminuir o hábito da comparação e olhar pra dentro com o mesmo senso crítico que olhamos pra fora. No fim, somos todos uma variação da mesma coisa.

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Séries de Janeiro (sem spoiler)

Esse mês de janeiro foi um mês BEM intenso no quesito Netflix! Por isso estou absurdamente atrasada na minha maratona do Oscar… a programação de séries está temporariamente suspensa pra que essa pessoa que vos fala possa colocar os filmes indicados em dia. Bom, pros que não são muito da sétima arte e preferem os seriados, esse post talvez possa ajudar. Vai aqui a listinha dos assistidos de janeiro:

Black Mirror  (temporada 4)

black mirror

A temporada que estreou no dia 29/12 do ano passado foi, talvez, a que menos gostei até agora, mas até a pior das temporadas de Black Mirror é melhor que a melhor temporada de muitos outros seriados, então ela foi devidamente devorada! Pra quem não conhece a série, recomendo que assistam ela inteira desde a primeira temporada. É perturbadora porque ao mesmo tempo que parece que estamos falando de coisas de um futuro distante, nos sentimentos parte de toda aquela distopia.

Na temporada 4, meus episódios favoritos foram Arkangel e Black Museum. O pior foi sem dúvidas o Metalhead… sei lá, como os episódios não são ligados entre si, até aconselharia vocês a pularem esse, fingir que não existe.

Manhunt: Unabomber

manhunt.jpgSe você assistiu Mindhunter e gostou, muito provavelmente vai devorar Manhunt: Unabomber também. Baseado em fatos reais, a série conta a história da busca do FBI pelo terrorista que ficou de 1978 a 1996 mandando cartas e bombas a pessoas aleatórias. Com um discurso muito forte e bem redigido, Fitz é acionado para participar da investigação com uma função muito ousada para a década ade 90: análise linguística. Fitz, que é por muitas vezes ridicularizado pelos colegas do bureau, tem a vida completamente transformada pela obsessão em capturar Ted Kaczynski, o gênio por trás dos crimes. Com o discurso que por muitas vezes nos faz concordar com o terrorista, Ted fascina Fitz e desistir da busca por parte do agente é fora de cogitação. Recomendo MUITO, devorei e amei!

Dark

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Dark é uma incógnita. Não sei se gostei. Gostei, mas não gostei. A série é alemã e surpreende pela qualidade técnica, pela atuação dos atores e pela fotografia INCRÍVEL. A série se passa em 3 lugares diferentes no tempo e por muitas vezes não sabemos o que vem primeiro: passado, presente ou futuro. Enquanto os personagens se perdem e se encontram nos 3 tempos, a gente tenta juntar as peças.  Uma trama de viagem no tempo que fisga nossa atenção a ponto de não conseguirmos deixar de assistir… no fim, achei que muitas perguntas ficaram no ar e muitas das respostas que achávamos que tínhamos, foram por água abaixo no último capítulo. Há quem tenha achado a montanha de dúvidas que fica no final uma coisa boa, pois indica uma segunda temporada. Eu não gosto disso, gosto de começo meio e fim, mas ok. Os episódios valem a pena, apesar do fim frustrante (pra mim!). A série exagera um pouco na trilha sonora de suspense, mas não chega a comprometer a experiência. Vale a tentativa.

ps: se em algum momento você se perder em quem é quem no passado, presente e futuro, esse infográfico aqui pode ajudar bastante.

The end of the fu***ing world

the end of the fckng worldEssa aqui é a nova série hipster da Netflix, só terminei mesmo porque são apenas 8 episódios de 20 minutos cada. É a história de 2 adolescentes: uma garota problema com algumas questões familiares e um garoto esquisito que acha que é um psicopata. Os dois se conhecem na escola e embarcam juntos numa fuga das suas realidades que acaba com várias complicações no meio do caminho. Eu, particularmente, não gostei e nem entendi o hype, mas se quiser assistir tirar as próprias conclusões sobre essa produção britânica, em 2h40 você mata a série inteira.

La Casa de Papel

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um elenco desses, bicho…

É, definitivamente janeiro não foi o mês das produções americanas! Mais uma europeia… La Casa de Papel já foi exibida integralmente na Espanha e a Netflix, sem muita divulgação, colocou na sua programação recentemente, mas sem a segunda parte da primeira temporada. Um grupo de assaltantes é recrutado por um homem que jamais cometeu um crime para organizar o que seria o maior assalto da história. Durante 5 meses o grupo e o líder arquitetam cada passo do assalto à Casa da Moeda em Madri. Depois da invasão e do início do plano, o líder, do lado de fora, orquestra cada passo do grupo e negocia com a polícia. Algumas coisas saem do planejado e enquanto a gente se pergunta se o plano foi bem sucedido ou não, a gente se pega torcendo para a quadrilha e não para a polícia. Foi a minha série preferida do mês!

A segunda parte da temporada terá 6 episódios e será lançada na Netflix em abril, mas eu não tive a menor condição de esperar. Joguei no Google “assistir la casa de papel online” e fui tentando a sorte nos links até conseguir terminar a temporada inteira! Bom, no final da série, eu estava cantando “Bella Ciao” pela casa e escolhendo um nome de cidade pra ser o meu… podem me chamar de Copenhagen.

Boa maratona de séries pra quem é de série e boa maratona de filme pra quem é de filme! Logo volto aqui pra falar dos filmes do Oscar ❤

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Indicados ao Oscar 2018 (com download de planilha!)

Aeeee! Chegou aquele dia do ano que sai a lista do Oscar e a gente perde a vida social por 40 dias haha esse ano não será diferente. A Forma da Água foi o destaque com TREZE indicações, logo depois teve Dunkirk com 8 indicações e Trama Fantasma, Três Anúncios Para um Crime e O Destino de uma Nação empataram em terceiro lugar com 6 indicações cada um. Aí vai a lista pra quem interessar possa.

movies

Melhor Filme

  • Me Chame pelo Seu Nome
  • Dunkirk
  • Destino de Uma Nação
  • Corra!
  • The Post
  • Lady Bird, É Hora de Voar
  • A Forma da Água
  • Trama Fantasma
  • Três Anúncios para Um Crime

Melhor Diretor

  • Guillermo Del Toro – A Forma da Água
  • Christopher Nolan – Dunkirk
  • Paul Thomas Anderson – Trama Fantasma
  • Greta Gerwig – Lady Bird, É Hora de Voar
  • Jordan Peele – Corra!

Melhor Atriz

  • Sally Hawkins – A Forma da Água
  • Frances McDormand – Três Anúncios para Um Crime
  • Meryl Streep – The Post
  • Margot Robbie – Eu, Tonya
  • Saoirse Ronan – Lady Bird, É Hora de Voar

Melhor Ator

  • Timothée Chalamet – Me Chame Pelo Seu Nome
  • Daniel Kaluuya – Corra!
  • Gary Oldman – O Destino de Uma Nação
  • Denzel Washington – Roman J. Israel
  • Daniel Day-Lewis – Trama Fantasma

Melhor Ator Coadjuvante

  • Willem Dafoe – Projeto Flórida
  • Richard Jenkins – A Forma da Água
  • Christopher Plummer – Todo o Dinheiro do Mundo
  • Sam Rockwell – Três Anúncios para Um Crime
  • Woody Harrelson – Três Anúncios para um Crime

Melhor Atriz Coadjuvante

  • Mary J. Blidge – Mudbound
  • Leslie Manville – Trama Fantasma
  • Alison Janney – Eu, Tonya
  • Laurie Metcalf – Lady Bird, é hora de voar
  • Octavia Spencer – A Forma da Água

Melhor Roteiro Original

  • Doentes de Amor
  • Corra!
  • Três Anúncios para Um Crime
  • Lady Bird, É Hora de Voar
  • A Forma da Água

Melhor Roteiro Adaptado

  • Me Chame pelo Seu Nome
  • O Artista do Desastre
  • Logan
  • A Grande Jogada
  • Mudbound

Melhor Animação

  • O Poderoso Chefinho
  • The Breadwinner
  • Viva – A Vida é uma Festa
  • O Touro Ferdinando
  • Com Amor, Van Gogh

Melhor Filme Estrangeiro

  • A Fantastic Woman
  • The Insult
  • Loveless
  • Body and Soul
  • The Square

Melhor Curta-Metragem

  • DeKalb Elementary
  • The Eleven O’Clock
  • My Nephew Emmett
  • The Silent Child
  • Watu Wote

Melhor Direção de Arte

  • Dunkirk
  • A Forma da Água
  • Blade Runner 2049
  • Destino de uma nação

Melhor Curta em Animação

  • Dear Basketball
  • Garden Party
  • Lou
  • Negative Space
  • Revolting Rhymes

Melhor Fotografia

  • Dunkirk
  • Forma da Água
  • Blade Runner 2049
  • Mudbound
  • Destino de Uma Nação

Melhor Figurino

  • A Bela e a Fera
  • Destino de Uma Nação
  • Forma da Água
  • Victoria e Abdul
  • Trama Fantasma

Melhor Maquiagem e Cabelo

  • Extraordinário
  • Destino de uma Nação
  • Victoria e Abdul

Melhor Mixagem de Som

  • Baby Driver
  • Blade Runner 2049
  • Forma da Água
  • Star Wars: O Último Jedi
  • Dunkirk

Melhor Edição de Som

  • Baby Driver
  • Blade Runner 2049
  • Forma da Água
  • Star Wars: O Último Jedi
  • Dunkirk

Melhores Efeitos Visuais

  • Blade Runner 2049
  • Guardiões da Galáxia vol 2
  • Planeta dos Macacos – A Guerra
  • Star Wars: O Último Jedi
  • Kong: A Ilha da Caveira

Melhor Edição

  • Baby Driver
  • Eu, Tonya
  • Três Anúncios para um Crime
  • Dunkirk
  • A Forma da Água

Melhor Trilha Sonora

  • Três Anúncios para Um Crime
  • A Forma da Água
  • Trama Fantasma
  • Star Wars: O Último Jedi
  • Dunkirk

Melhor Canção Original

  • Rememeber Me – Viva, a Vida é Uma Festa
  • Mighty River – Mudbound
  • Mystery of Love – Me Chame pelo Seu Nome
  • Stand Up for Something – Marsahll
  • This is Me – O Rei do Show

Melhor Documentário

  • Abacus: Small Enough to Jail
  • Faces Places
  • Icarus
  • Last Man in Aleppo
  • Strong Island

Melhor Documentário em Curta

  • Edith and Eddy
  • Heaven is a Traffic Jam on the 405
  • Heroine
  • Traffic Stop
  • Night Skills

Nesse ano fiz uma planilhinha pra quem quiser imprimir e ir marcando os filmes que já viu. Vamos juntos? Baixe aqui. Vou começar pela categoria principal pra já ir eliminando vários indicados das outras categorias. Que os jogos comecem!

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Diminua a sobrecarga mental com pequenas atitudes.

Nunca estivemos tão expostos a informação, nunca tivemos tantos compromissos, nunca tivemos que dar satisfação pra tantas pessoas, nunca fomos tão cobrados… a impressão que eu, Hariana, tenho sobre isso tudo é que nosso cérebro não foi feito pra tanta atividade. Somos uma máquina incrível e com muito potencial, mas estamos desperdiçando esse potencial porque estamos sobrecarregando nossa mente.

É muito difícil termos consciência e tomar atitudes pra diminuir o stress do dia-a-dia, parece que não temos alternativa e acabamos diariamente levando a nossa mente ao limite dela. Já não é de hoje que tento prestar mais atenção em mim e tento encontrar formas de viver mais leve, então achei que era hora de começar a dividir algumas coisas que andei aplicando e que andam funcionando.

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Illustração: Marcel Dzama

Não é preciso uma GRANDE mudança pra sentir diferença, uma soma de várias pequenas mudanças podem ter um efeito muito significativo. Enumerei algumas pequenas atitudes fáceis de adotar e que aliviam (e muito!) a sobrecarga:

01. Desligue as notificações

Instagram, facebook, twitter, calendário, youtube, e-mail, aplicativo de jogo, de dieta, de treino, whatsapp com 90 grupos, sms, ligações… se deixar, nosso telefone pisca 24 horas por dia com coisas que não são urgentes. Se não der pra desligar todas as notificações, faça uma análise sincera de tudo que pula na sua tela diariamente e decida o que pode esperar e o que não pode. Você vai se surpreender com a maravilha que é só ter acesso a cada aplicativo quando você decide acessar e não no tempo que o celular quer.

02. Coloque as contas em débito automático

Eu sei que pode parecer que não custa nada entrar umas 10 vezes por mês na conta pra fazer pagamentos nos dias dos vencimentos das contas, mas a verdade é que faz. Dia 5 a luz, dia 7 o gás, o cartão de crédito dia 14, o plano de saúde dia 19,  o condomínio dia 25 e a cabeça preocupada pra não esquecer o dia, mesmo que pra você pareça que está tudo no modo automático. As finanças já são por si só bem desgastantes, já pensamos em contas quase todos os dias das nossas vidas, não precisamos da pressão inconsciente para não esquecer do que pode ser colocado em débito automático. No fim do mês puxe um extrato, analise se todas as contas debitadas estavam certas e transforme 10 compromissos mensais em apenas um.

03. Saia para seus compromissos 10 minutos mais cedo

Pra que sair no limite do horário e permitir que qualquer imprevisto se transforme em um stress desnecessário? Saindo mais cedo, o caminhão do lixo travando a rua vai te estressar menos, pegar todos os sinais vermelhos não vai te afetar, o trânsito por conta de uma batida ou uma blitz não vai te atrasar, a demora pra achar vaga não vai te prejudicar e você não vai chegar no seu compromisso de mau humor.  Experimente.

04. Separe a roupa do trabalho na noite anterior

Na noite anterior, separe sua roupa. Isso vai fazer com que você não precise acordar tomando decisões. Por menor que seja a decisão, já é uma pressão mental e despertar na manhã com calma é um dos segredos para um bom dia. Na noite anterior dá tempo de lavar uma calça, passar uma camisa, decidir combinações e o tempo de escolher a roupa pode virar 15 minutos a mais de contemplação na janela enquanto toma o café da manhã.

05. Anote tudo

Isso, deixe um bloco de anotações e uma caneta sempre por perto. Na bolsa, no carro, no trabalho, em casa… Nossa mente foi feita pra CRIAR e não pra ser depósito de informações. Anote o que falta na geladeira, anote o horário do médico, anote uma ideia, anote os compromissos, anote o dia de buscar a roupa na lavanderia, anote o horário da reunião. E não vale bloco de notas do celular e nem tirar print de algo pra ver depois, eu sei e você também sabe que raramente você volta nas fotos pra olhar o que salvou e mais raramente ainda abre as notas do celular. No papel a visualização é melhor, no papel está tudo no mesmo lugar, tudo claro pra você em uma passada de olho e o espaço de memória na sua mente cada vez mais livre pra você criar, ter novas ideias e produzir.

06. Leia notícias apenas uma vez por dia

Não foi assim até anos atrás e as pessoas pareciam até mais inteligentes e esclarecidas? Essa coisa de passar o dia inteiro abrindo a página do jornal, lendo notícia por redes sociais, coletando informações incessantemente não é saudável. Tire uma hora do seu dia, pela manhã ou tarde ou noite, e atualize-se. Não leia só as manchetes, tire uma hora pra se informar sobre tudo que aconteceu nas últimas 24 horas e você vai ver que terá muito mais consciência da informação que está consumindo e sua mente não vai ficar o dia inteiro tentando armazenar dados soltos. Ninguém precisa saber sobre o que está acontecendo em tempo real, a menos que trabalhe com isso. Não precisamos ser os que mais sabemos ou os primeiros a saber, liberte-se dessa pressão.

07. Não fracione atividades

É… abastecer o carro 6 vezes por mês com R$20 cada, não te fará gastar menos de R$ 120 mensalmente com combustível. Além de o impacto financeiro ser exatamente o mesmo, você poupa seu tempo e, mais que isso, não passa 6 vezes pela aflição de estar ficando sem combustível sem saber onde está o posto mais próximo. SEMPRE que puder evitar as situações de pressão, por menores que sejam,  evite. O mesmo vale pro transporte público… se você sabe que ao fim da semana terá que usar 15 passagens, por que colocar 3 por dia no cartão ao invés de 15 logo na segunda-feira?

08. Não diga SIM querendo dizer NÃO

Esse exercício é muito mais difícil que parece, mas é essencial. Quantas vezes você já disse que iria a uma festa que não queria ir e passou os 5 dias seguintes fritando a mente procurando uma desculpa pra dar e não ir. Adiar o não é muito pouco inteligente… se já sabemos que não teremos tempo ou que não queremos ir a um certo compromisso, NÃO adie a resposta definitiva. É muito desgastante ficar arquitetando desculpas para dizer o que você queria dizer desde o início e que seria bem mais fácil de dizer de primeira. Não desperdice energia no que não precisa.

09. Comece agora

Qualquer coisa… não importa o que é, se você quer começar, comece. Nunca estaremos com todas as condições perfeitas ou no momento mais favorável, é preciso começar hoje com o que se tem. Adiar planos é muito frustrante e esperar por condições ideais, além de ingênuo, é gatilho para ansiedade. Daqui um ano você vai desejar ter começado hoje. Pessoas que conquistaram grandes coisas com certeza começaram antes de estarem prontas. Não adie.

10. Não minta

Eu sei que isso aqui pareceu conselho de mãe pra filho de 10 anos, mas a verdade é que todo mundo mente. Uns contam mentiras maiores, outros contam mentiras menores. Uns mentem mais, outros mentem menos, mas todo mundo mente. E sustentar mentira demanda muita energia e muita capacidade mental. Quando contamos uma mentira ou enganamos alguém, estamos constantemente em estado de alerta pra que a mentira não seja descoberta, pra que nada do que falemos contradiga nossa farsa… mentir é estar em constante estado de tensão, de preocupação e de aflição, ocupando mais uma vez nossa mente com atividades que nos impedem de criar e produzir.

Acredito que ainda tenha muitas pequenas atitudes que possam aliviar a sobrecarga mental, posso fazer um segundo post sobre isso no futuro… quem tiver dicas diferentes, pode deixar nos comentários, vou adorar ler!

Por favor, cuidem de vocês, do corpo e da mente… estamos num mundo doente com pessoas cada vez mais sobrecarregadas, frustradas, tristes e esgotadas. Tentar diminuir a sobrecarga da mente é um grande passo em direção a uma qualidade de vida melhor. Vamos mudar o mundo mudando primeiro quem somos e como encaramos a vida! O mundo está louco, mas não precisamos enlouquecer com ele.

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